Imagem:Café com Deus
Quem se dispõe a evoluir no autoconhecimento e na espiritualidade, na busca de viver em maior harmonia e com crescente qualidade, sabe que um dos ensinamentos básicos a seguir é a capacidade de perdoar aos outros e a si mesmo. Ter a capacidade de perdoar é sinônimo de bem viver. Religiões e técnicas de meditação, de diferentes linhas, falam desde sempre sobre isso.
Guardar mágoa, cultivar ódio, rancor e alimentar sentimentos negativos por decepções sofridas são nocivos, não resta dúvida. São usina de (auto) sofrimento, sendo fator de adoecimento, de desagregação das relações familiares, sociais e profissionais. Manda o bom-senso, portanto, que devemos fugir desses sentimentos. Certo?
Acontece que, olhando sem muito esforço para o mundo e os acontecimentos, percebemos que muita gente ainda não criou consciência a esse respeito. Ao não praticarem o perdão, primeiramente fazem mal a sim mesmas, mas também contribuem para que os ambientes – e as relações interpessoais – fiquem mais pesados, tristes, menos autênticos e fraternos. De outro lado, quem perdoa está evidenciando algumas das mais nobres virtudes humanas, como o desapego, a humildade e a compaixão.
Por isso, à luz dos melhores preceitos da sabedoria milenar, deve-se incorporar a necessidade de perdoar, aos outros e a si mesmo, de forma ativa em nossa mente, como um mantra a ser dito (e repetido) diariamente. A prática do perdão, assim, virá muito mais naturalmente.
Para fortalecer esse entendimento, transcrevo, a seguir, inteligente texto falando sobre o poder curador do perdão, de João Sérgio P. Silva, publicado no site LEVECONSCIENCIA. Vale a pena ler. O tema é sempre oportuno e propicia boas reflexões!
“O Poder curador do Perdão
Você já percebeu que não consegue lembrar facilmente certas coisas simplesmente porque quer lembrar, enquanto que outras coisas surgem repentinamente na mente diante de certas situações ou palavras?
Nossa memoria funciona com um mecanismo de associação e os fatos, palavras e situações da vida funcionam como gatilhos que disparam uma sequencia de ideias e trazem a tona nossas memorias e junto com elas as emoções que vivenciamos, produzindo alegria ou sofrimento.
Se continuamos cultivando as mesmas atitudes e crenças, certamente reviveremos tais emoções com a mesma intensidade ou até maior, dependendo das nossas atuais concepções e compreensão dos fatos. Assim, renovaremos a emoção e regravaremos tais memorias reavivando-as ainda mais em nossa alma.
Mas se pelo contrario, nossa compreensão evoluiu, seremos capazes de lidar com tais memorias de forma mais serena e talvez até com perdão ou compaixão e assim tais memorias não serão mais gravadas no mesmo local em nosso cérebro. Então aquelas velhas memorias serão praticamente extintas e substitutas pela nossa nova compreensão e não mais poderão fazer pressão em nosso subconsciente, perdendo o poder sobre nós.
E se elas eram causadoras de algum mal físico ou mental, simplesmente poderemos ser curados milagrosamente.
Ao perdoarmos alguém ou a nós mesmos, na verdade estamos nos curando daquilo que carregávamos em nossa alma e que nos aprisionava aquela situação dolorosa. Na maioria das vezes o outro nem tinha consciência dos nossos sofrimentos e ainda assim renovávamos tais sentimentos a cada situação semelhante que nos acontecia, como prisioneiros carregando pesadas correntes pela vida a fora…
Mas o sábio Médico, Mestre dos mestres, já nos havia ensinado esta lição na oração do Pai Nosso… “