Viver de forma mais leve, em equilíbrio, é um estilo de vida desejado por muitos, até apregoado por aí afora, mas que requer atenção e determinação para que seja obtido, praticado, desfrutado, em especial diante da dinâmica de velocidade e de consumo dos tempos atuais.
Para tanto, como contraponto a esse mundo da acumulação e da correria que ai está, sabemos da filosofia do minimalismo, já comentada aqui algum tempo atrás. Agora, deparo com o conceito de simplicidade voluntária, que tem muito a ver com a adoção de práticas de desapego, em relação às coisas e ao desejo, em que se propõe um estilo de vida com menos extravagâncias, exigências e por aí vai.
Assim, seguindo essa linha, para um viver com menor complicação, maior leveza e em harmonia, é requerido que se incorpore uma forma de vida adotando, como pilares principais, a redução do tempo dedicado ao trabalho, da acumulação material (posses) e do nível de consumo.
Convenhamos, adotar essa filosofia de vida, com intensidade e objetivo de resultados mais imediatos, significa deparar e transpor naturais desafios e complexidades, em especial por requerer mudanças de hábitos, revisão de referenciais, até mesmo de relacionamentos familiares e sociais, entre outras frentes que podem ser vislumbradas.
Buscando aqui na internet, encontrei esta primorosa definição sobre simplicidade voluntária (SV):
“Uma maneira de viver exteriormente mais simples e interiormente mais rica, um modo de ser no qual nosso eu mais autêntico é posto em contato direto e consciente com a Vida” (Duane Elgin, escritor, palestrante e educador norte-americano).
Aliás, Duane argumenta, em seu livro Simplicidade Voluntária, que a ideia central desse conceito é procurar a felicidade em sentimentos, e não em coisas!
Quando voltamos à expressão minimalismo, percebemos que não existe diferença significativa entre ambos os conceitos, mas pareceu-me que o conceito de simplicidade voluntária tem uma abrangência maior. Ou seja, o minimalismo estaria no contexto da SV.
Até porque, conforme registrado no site significados.com.br, “A ideia central do estilo de vida minimalista é acumular menos itens para proporcionar mais liberdade, leveza e simplicidade às pessoas.”
Feitas essas considerações, quero repercutir hoje este artigo muito legal, que nos instiga a refletir, publicado no site “Viva mais verde!”. Vale a leitura, a seguir:
“Eu escolhi simplificar a vida!
Pequenas mudanças gradativas do dia a dia podem melhorar a sua vida, a vida de outros ao seu redor e ainda daqueles que às vezes nem conhecemos.
Artigo escrito pela leitora Ana Cristina Salomão Vieira.
Sempre me considerei uma pessoa super dinâmica, cheia de energia e de propósito. O que me propunha a fazer eu fazia acontecer, sem perceber que, na correria do dia a dia, eu ia, na verdade, acumulando estresse.
A vida pede pausa. Não aprendemos na escola a importância do equilíbrio. Nossas escolhas nos molda ao que almejamos viver, e eu custei a entender que sabedoria e saúde não caem do céu. Preferi, por muitas vezes, aprender com meus erros do que com os erros dos outros, o que não é sabedoria.
Muitas pessoas hoje enxergam com clareza que não vivemos só pra nós, mas para o coletivo, para o bem estar de todos. Não estamos sozinhos no mundo e precisamos nos conectar com ele. E como fazemos isso? Não é simples, mas quando começamos a entender que tudo que fazemos ou consumimos pode impactar de forma negativa ou positiva em nós mesmos e nos outros, aí sim chegamos na questão de se conectar para entender como tudo funciona.
Pequenas mudanças gradativas do dia a dia podem melhorar a sua vida, a vida de outros ao seu redor e ainda daqueles que às vezes nem conhecemos. Foi aí que parei pra pensar na vida como uma dádiva, um presente, e isso mudou a forma como notava as coisas. Consegui entender que não precisava ter tudo para ser feliz. Precisava simplificar a vida.
Tenho um bom trabalho, já viajei muito, tenho uma família unida, mas precisava fazer a minha parte para encontrar contentamento e um verdadeiro sentido pra minha vida, sem tantos sacrifícios. Parti do princípio que tinha que tomar uma atitude e correr atrás da qualidade e não da quantidade.
Comecei a estudar e aplicar na vida o que considerei sustentável e duradouro e que me traria a verdadeira satisfação. Foquei na vida que desejo levar e na minha realização pessoal em vez da minha realização financeira. Todos nós queremos um pouco de conforto, viajar e comer bem, mas até que ponto temos que nos sacrificar para tudo isso?
Escolhi reduzir minhas horas de trabalho, começando por não fazer mais horas extras. Recusei uma boa promoção por que sabia que o meu tempo seria sugado até a última gota. Entretanto, sabia que, para isso tudo acontecer, teria que reduzir o meu consumo, tomar decisões conscientes e gastar meu tempo com mais qualidade.
Mais tempo, menos estresse, mais calma, mais saúde, menos correria…
E como fazer tudo isso acontecer? Uma resposta: simplificar a vida. E isso só iria acontecer se eu tivesse a verdadeira motivação… e fui atrás dela.
Li vários artigos sobre Simplicidade Voluntária e como ela impactava na vida das pessoas e no nosso planeta. Com esse conhecimento, comecei a refletir nos meus hábitos de consumo, no tempo que passava com meu filho e como eu poderia influenciar positivamente a vida dele.
Comecei a evitar distrações desnecessárias, como, por exemplo, estar antenada pra tudo que acontece no mundo sem viver a realidade do cotidiano do nosso dia, sem estar verdadeiramente presente.
Segui alguns passos (que sigo até hoje) como um exercício constante para esse real propósito. Identifiquei que precisava mudar muitos conceitos já enraizados que tinha da própria vida e descobri que não podemos ser tudo e ter tudo.
Tive que escolher e optar por uma vida frugal e colher os frutos de me sentir mais próxima de mim mesma, da minha família, da natureza, e principalmente de Deus por desenvolver melhor minha espiritualidade. Benefícios diretos de se simplificar a vida.
Já estou nesse movimento há um ano e sei que ainda estou começando, mas optar por soluções que facilitam meu dia e ter foco e organização em relação às minhas funções como esposa, mãe, administradora e dona de casa, me mostraram que estou no caminho certo.
Hoje posso dizer que me sinto melhor como pessoa e só deixo entrar na minha casa o que de fato vai fazer bem a mim, à minha família e ao planeta.
Seguem aqui alguns passos que me ajudaram a iniciar nessa jornada que, para mim, não tem mais volta:
- Procurei um propósito: precisava de motivação, de um por quê, algo que me fizesse sentir a real necessidade de mudar o meu estilo de vida.
- Fiz uma lista de tudo que gostaria de mudar na minha vida: assim, consegui eliminar tudo que não me fazia falta. Pratiquei o desapego de bens, pessoas, pensamentos e de tudo que não me acrescentava nada como pessoa. Aprendi a praticar o desapego.
- Comecei a meditar: para preparar o meu dia, pratico pensamentos positivos e agradeço em oração por tudo que estou me tornando e que tenho. Consegui me encontrar e ser uma pessoa mais focada, tornando minhas ações consequentes e de resultados positivos.
- Organizei as coisas e continuo organizando: minha casa, meu tempo, minhas finanças, minhas ideias, meus projetos.
- Melhorei minha alimentação: passei a viver de forma saudável, a preparar minhas refeições e tirei da minha despensa quase tudo que era industrializado. Um dia consigo zerar o que ainda falta : )
- Passei a estudar e ler mais: conheci pessoas que pensam da mesma forma e que tem consciência de se praticar a simplicidade voluntária. Aprendi a ser mais seletiva e a dizer não, por saber que atitudes de verdade precisam acontecer para que o resultado venha.
- Conheci formas novas de me exercitar que me motivam: comecei no Pilates e na caminhada. Precisava aprender a respirar, a estar em contato com a natureza, e esses me dão disposição e disciplina para continuar.
Nem preciso dizer que cada um precisa entender suas reais necessidades e, somente dessa forma, partir para o princípio das mudanças necessárias para uma vida satisfatória e feliz. Mas mesmo um caminho difícil pode ser maravilhoso se você souber que a própria jornada já te fará muito bem.
E qual será a sua jornada para simplificar a vida? “
Fonte: https://vivamaisverde.com.br/2020/05/eu-escolhi-simplificar-a-vida/
Adorei! Acho que estou aos poucos me tornando cada vez mais minimalista e adorei conhecer este novo conceito que você apresentou nesta matéria. Gratidão.
Muita Paz
Catarina
Que bom, Catarina. Grato, abraço de luz!
Show. Já pratico boa parte dessas dicas. São valiosas.
Legal, caro Arnaldo. Também estou nessa sintonia, cada vez mais!
Abraço
Bem interessante! Nesses tempos que vivemos, temos que nos preparar para chegarmos nesse nível. Porque tudo isso depende da nossa liberdade financeira.
Na verdade é o exercício de uma liberdade / autonomia individual por demais importante, mas que muita gente não se atreve, por receio de sair do rebanho, dos clichês, das exigências externas!
Abraço, Lúcia!