Quero dar foco hoje para o preconceito que existe em relação às pessoas idosas, denominado de etarismo, ou ageismo, ou ainda idadismo. Essa é uma realidade mundo afora para a qual precisamos estar atentos, certamente, até porque o aumento da população grisalha é exponencial e os idosos estão por toda a parte, presentes e ocupando cada vez mais espaço, inclusive nos setores produtivos da economia. O tema, portanto, é relevante, cabendo não perder de vista, adicionalmente, que o jovem de hoje será o idoso de amanhã!
Não por acaso, o assunto é reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Segundo relatório da ONU sobre a discriminação por idade, publicado em 2021, o preconceito está presente em instituições e setores da sociedade, incluindo serviços de saúde e assistência social, a mídia, o mercado de trabalho e também o sistema jurídico.
No meu livro LONGEVIDADE – Como se preparar para uma vida longa e bem-sucedida, fiz referência a essa realidade ao trazer o conceito de ageismo, cunhado em 1969 pelo médico gerontólogo e psiquiatra Robert Neil Butler. É preciso reconhecer que a sociedade cria estereótipos para pessoas com base na idade, que acabam ganhando o status de preconceitos. Essas atitudes, registrei, podem ser encontradas no âmbito familiar, institucional, na nossa sociedade e até na própria pessoa idosa.
Sem perder de vista que esse tipo de preconceito existe, vale deixar claro que, antes de qualquer coisa, é necessário que a pessoa crie consciência a esse respeito e procure fortalecer a sua mentalidade, seu modo de pensar e de agir perante a vida, encarando essa etapa do envelhecimento com beleza, com disposição para descortinar as múltiplas possibilidades de realização, de aprendizado, de lazer, de liberdade etc. Ao manter o seu mindset positivo, naturalmente desenvolverá bom antídoto, ou resistência, para mitigar numa boa, na sintonia do bem viver, essa rotulagem distorcida presente na sociedade.
Apenas para pontuar, disse o notável Depak Chopra: “ninguém dispõe de mais poder sobre o corpo do que as crenças de nossa mente”. De outro lado, já preconizava o extraordinário psiquiatra Carl Gustav Jung, que a segunda metade da vida é o momento em que a pessoa se volta para o processo de busca de caminhos próprios, não dos que os outros ou as convenções sociais exigem.

Dito isso, faço referência ao interessante artigo BOAS PRÁTICAS PARA COMBATER O ETARISMO E FACILITAR A INCLUSÃO DOS 50+, publicado no blog MATURI (www.maturi.com.br), no último 26 de janeiro.
Uma publicação bem atual, oportuna, que pode lhe alertar para essa realidade dos preconceitos e estigmas sociais relativos às pessoas maduras, à geração grisalha que não para de crescer, cujo conteúdo apresenta boas dicas e pretende contribuir para que a convivência intergeracional seja cada vez mais harmoniosa e positiva. Leia clicando no link a seguir:
Segue, ainda, como destaque, link para você acessar o bem elaborado ‘Glossário coletivo de enfrentamento ao idadismo‘, em PDF, mencionado no artigo, com palavras a serem evitadas, muitas frases ditas por aí afora e alguns depoimentos de pessoas idosas. Vale conferir: https://www.longevida.ong.br/glossario_idadismo.pdf
A verdade é que se chegar a determinada idade, é como se tivéssemos que transpor algumas barreiras impostas por pessoas mais jovens e algumas empresas. Aqui em nosso país, existe um enorme preconceito, com relação a idade, diante da possibilidade e das necessidade de se arranjar um emprego.
Muitos acreditam que ao se atingir determinada idade, deixamos de ser produtivos e com maior chance de sermos acometidos por doenças.
Essas atitudes preconceituosas, até em determinadas brincadeiras, percebemos o desrespeito e a indiferença, que fazem com que os mais idosos se sintam abatidos e com mais idade do que realmente têm.
Grato pelo registro, Lúcia. A realidade anda por aí. Estejamos atentos e com a cuca boa para tirar de letra qualquer situação dessa. Vamos firmes!