Viajar é bom, como regra geral, todos sabemos.
Indo mais além, imagine partir para uma viagem que tem por motivações, ao mesmo tempo: i) encontrar com familiares muito queridos que residem longe de você; ii) sair completamente da rotina e dar uma reprogramada na cuca; iii) relaxar e; iv) como a cereja do bolo, viver novas experiências que incorporem aprendizados tão desejados.
Ah, pense aí, e se tudo isso der certo, se concretizar? Pois bem, deu tudo certo, foi assim mesmo que aconteceu comigo agora. Vou te contar a seguir!
Pois bem, este post é para comentar um pouco a respeito do que vi e do que fiz na minha ida até o estado do Espírito Santo, por 10 dias, cujo retorno se deu no domingo passado. Claro, estou aproveitando para fazer algumas viagens que ficaram para trás, encorajado pelo maior controle da pandemia do coronavírus no momento atual, em nosso país.
Viajei sozinho e vivi plenamente essa experiência, com toque quase sabático, dedicado de corpo e alma, numa temporada que foi de programação intensa e deliciosa, vivenciada na capital Vitória e em duas localidades interioranas, em áreas serranas situadas no sul do ES. Vale registrar, tudo resultou de convite maravilhoso, feito pelo meu filho mais velho, para conhecer de perto atividades técnicas da área agropecuária, notadamente voltadas para a criação, a seleção e a reprodução aprimorada de bovinos e de equinos de reconhecida qualidade, que ele iria participar na penúltima semana de novembro.
A bela capital do Espírito Santo
Primeiramente, para quem não conhece Vitória – e o que vou comentar também se aplica, em linhas gerais, à vizinha cidade de Vila Velha (esta separada da capital apenas por ponte sobre o mar) – diria, irá conhecer e desfrutar uma estrutura urbana muito agradável, bem estruturada, com boa orla marítima e diversas opções de lazer. Legal é que, por não se tratar de grande metrópole, Vitória ainda guarda um estilo de vida que lembra cidades do interior. Isso para mim é particularmente cativante. Assim, como resultado dessas características urbanas, tanto Vitória quanto Vila Velha aparecem no ranking das 100 melhores cidades brasileiras para morar, estando a capital capixaba na 10ª posição, conforme levantamento disponível na internet.
Apenas para servir de amostra (ou de aperitivo), seguem algumas fotos de Vitória, tiradas em breve passeio marítimo, no final da tarde do dia 26, última sexta-feira de novembro, que me permitiu conhecer o canal náutico da Capital, uma parte do importante Porto de Tubarão e, navegando em sentido oposto, pude contemplar o belo visual da orla sul da cidade, que tem a Praia do Canto e adjacências como pano de fundo.




“Offroad” em Alegre
Bem, a programação de novos aprendizados e emoções começou no dia 19, com viagem ao interior, tendo por propósito acompanhar o evento JeepA Alegre Offroad, com a participação de 112 jeeps 4×4 e “gaiolas” inscritos, que deveriam cumprir provas de trilhas e corridas com desafios distintos, em condições pouco amistosas, ocorridas entre os dias 20 e 21, na cidade de Alegre, no sul do estado.
Foi uma experiência bem interessante, até curiosa para mim, que nunca havia participado de algo dessa natureza. Pena que houve certo prejuízo em virtude de chuvas persistentes que caíram naqueles dias, provocando queda da temperatura e muita lama (rsrs)!


Uma imersão agropecuária inesquecível na região sul do ES
No dia 21 fomos para uma fazenda (um haras) na região, de propriedade de pessoas extremamente simpáticas e muito acolhedoras, na qual, conforme combinado com o meu filho, seriam realizadas atividades técnicas, de elevado nível, com planteis de vacas da raça Nelore e algumas derivações, resultantes de cruzamentos industriais bem-sucedidos, assim como atividades com éguas matrizes da raça Manga-larga marchador, raça brasileira que conta com fortes criadores naquelas terras do sul do ES.
Essa vivência rural traz para mim belíssimas recordações, fazendo resgates de momentos inesquecíveis que passei na minha juventude, em algumas localidades pelo estado da Bahia, em propriedades de familiares e de amigos.
A região rural visitada é de notável beleza e bem aprazível, por ser rodeada de montanhas, com terras bastante férteis, tendo o verde a dominar o cenário, tudo emoldurado por formações montanhosas diversificadas, dando especial realce ao ambiente, por onde se vá. Como toque adicional, dadas às altitudes da região, variando entre 600 e 800 metros acima do nível do mar, se agrega o clima serrano, sempre com temperaturas amenas, especialmente após o pôr do sol.
Obviamente, na presença de chuvas, como foi a situação daqueles dias iniciais por ali, a temperatura andou por volta de 14º, com sensação térmica ainda mais baixa. Isso para mim foi uma curtição, até porque estávamos no final de novembro, época de prevalência do calor pelo Brasil, com a iminente chegada do verão.
Confira o cenário:


Atividades e processos dinâmicos que impressionam
Falando, mais precisamente, sobre conhecimentos e aprendizados que resultaram dessa vivência agropecuária, acompanhei muita informação e assisti atentamente a diversas atividades práticas (convenhamos, o grande diferencial), compreendendo a criação propriamente dita, incluindo os processos de manejo dos animais bovinos e equinos das raças antes referidas, a rotação de pastos, a alimentação, suplementação e medicações utilizadas, e especialmente a técnica avançada de reprodução. Nesse particular, faz tempo que queria ficar por dentro dos métodos praticados segundo as melhores técnicas.
Assim é que, presenciei processos de exames de fertilidade/prenhez com a utilização in loco de ultrassonografia, de inseminação artificial com o uso de sêmen de reprodutores de excelência, de transferência de embriões, tudo aplicado por veterinários especialistas, seja para bovino, seja para equino.
Isso tudo acontece, vale esclarecer, com o objetivo permanente de melhoramento genético e contínuo aprimoramento das raças, que resulta no surgimento de animais cada vez mais valorizados e no aumento da produtividade dos rebanhos.
Ao constatar tal realidade, na qual estão presentes técnicas que evoluem o tempo todo, profissionalismo e trabalho dedicado, pude compreender a razão de a produtividade dos setores agropecuário e agroindustrial brasileiros estarem registrando seguidas elevações em termos de qualidade e produtividade. Fiquei feliz com o que vi!
Aí vão alguns registros dessas atividades/processos:






Como curiosidades, imaginando que grande parte dos leitores do blog não atua na área rural, ocorre registrar:
- Pelagem – São muitos os tipos de pelagens reconhecidos, por exemplo, na raça Manga-larga marcador, a saber: preta, castanha, baia, tordilho, pampa, alazã, rosilha, amarilha…. Acontece que existem variedades, por cruzamentos (genética) realizados, que elevam para mais de 50 tipos diferentes de pelagens da raça, divididos em pelagens simples, compostas, conjugadas!
- Preços (segura para não cair) – Animais superiores da raça Manga-larga marchador, seja uma égua reconhecida como excelente doadora ou um cavalo reprodutor de elevada linhagem e com troféus adquiridos em competições, chegam a alcançar valor de mercado que ultrapassa a casa de US$ 1 milhão, cada. Com os bovinos (touros e vacas) de ponta, aqueles excelentes fornecedores de sêmen, ou de óvulo, os preços de mercado não ficam muito aquém disso.
Foi uma jornada que valeu demais, sob todos os sentidos. Trago comigo imagens belíssimas, para ficarem guardadas na memória, além de bastante aprendizado e satisfação por esses dias tão relaxantes e engrandecedores. Curiosidades em grande parte superadas, deixo aqui a minha gratidão à família tão hospitaleira que nos acolheu, certo de que a admiração que eu já nutria pelas pessoas do campo, depois disso tudo, passou a ser ainda maior!!!
Quem venham outras jornadas memoráveis. Até breve!
Sem duvida uma viagem inesquecível e cheia de aprendizagens!
Então essa das pelagens, não fazia a minima ideia que tudo isso era controlado e que poderia haver tantas associadas a uma mesma raça. Realmente um mundo bem longínquo do citadino…
Obrigada por partilhar.
Obrigado a você pela paciência para ler e pelo demonstrado interesse. Abraço!
Que beleza! É isso aí, amigo! Aproveitando bem a vida e nos incentivando a também fazê-lo. Um grande abraço!
Oi, Pedro, pratico essa de azeitar, permanentemente, a máquina cerebral como antídoto para o envelhecimento da mente, que é mais impactante e comprometedor do que a idade cronológica. Os estímulos intelectuais nos fazem grisalhos joviais. É por aí que vou tocando a jornada terrena, cuja toada desejo também para os amigos. Forte abraço!
olá , caro e meta amigo !
que coincidencia !
estou programando a ida, com a familia, para Guarapari , em fevereiro
já estive em Vitoria e Aracruz( ao norte ) a trabalho , e em Guarapari, quando não tinhamos filhos .
de fato é um lugar aprazivel ( apesar de conter um grau de violencia meio escondida ) , praias tranquilas, passeios maravilhosos .
espero podermos aproveitar
claudio vieira
Vai aproveitar, sim, Claudio. Aprecio bastante a atmosfera geral daquele estado!