
Ao completar 60 anos de estrada percorrida, cunhei um pensamento que sintetiza a minha orientação mental, em grandes linhas, para os tempos que estão no horizonte:
Ando, procuro, encontro… estou no caminho!
Curto bastante essa autodeclaração, sinceramente. Como não quero ser presa fácil para o passar do calendário, para os anos que marcam a vida vivida, desejo – e busco – manter a jovialidade mental, condição primeira para que siga ativo, em plenitude, de bem comigo mesmo. Nesse diapasão, referido pensamento precisa estar sempre ativado em minha mente, para cumprir o seu papel de força mobilizadora, energizante.
Trocando um pouco em miúdos, me ocorre a seguinte abstração:
“Ando” – denota a importância, para mim, de estar em movimento, de seguir avançando a cada dia, sem renunciar à dinâmica natural da vida. Não há por que parar! Afinal, o otimista sabe que ali à frente, ao chegar além, encontrará algo de bom à sua espera que valerá a pena ter avançado. Como diz a canção Quem Me Levará Sou Eu, de Dominguinhos e Manduka …”Não diga que eu me perdi, não mande me procurar, cidades que eu nunca vi, são casas de braços a me agasalhar…”
“procuro” – traduz perfeitamente o espírito desbravador que me orienta, de quem não se contenta com o que já conheceu ou aprendeu. Sempre sou cutucado pela necessidade de seguir buscando, desvendando, aprendendo, conhecendo. Não por acaso, medida a minha escala de valores pelo conceituado The VIA Institute On Character, o valor Curiosidade (curiosity) apareceu em primeiro lugar.
A curiosidade, na minha percepção, tem elevado valor, em especial pelo seu poder de funcionar como um antídoto natural (integrante da minha personalidade) contra a acomodação, o que garante o estado de movimento antes declarado e, obviamente, por ensejar condição indispensável para enfrentamento, com menor impacto e maior leveza, do processo de envelhecimento resultante do acumular dos anos de vida.
Em reforço, bebendo da sabedoria popular, creio muito que devemos aprender algo novo a cada dia. Não é por acaso que lembro com frequência deste refrão em espanhol: a la cama no te irás sin saber una cosa más!
“encontro” – naturalmente, quem sai a procurar acaba encontrando. Já diz um provérbio português, quem procura, sempre acha. Fazendo minha ponderação, ainda que não encontre o que pretende ou necessite, ao se colocar na busca as chances de encontrar são bem maiores do que ficar parado. Seria o coroamento (natural) da atitude de não se acomodar. Aqui podemos invocar, para todos os efeitos, o famoso princípio da ‘causa e consequência’.
“… estou no caminho!” – e quem se predispõe ao novo, a encarar o que não conhece, afastando o medo de descortinar novas possibilidades, incorpora mentalmente o senso de despojamento, de dinamismo, que funcionam como facilitadores para o desenvolvimento pessoal. Ao contrário de se posicionar no menor esforço, fora da cena, é colocar-se disponível na trilha da vida, sem medo de ser feliz!
Seguir enfrente é sempre o melhor caminho.
Após os 60 se tem muito mais experiência e torna mais fácil cada tarefa.
Roberto Marchesoni
Legal, Roberto. Grato pelo gentil comentário!
Abraço
Quando há movimento e curiosidade, sempre algo se encontra. Também acredito que esse é o melhor caminho!
Que seja uma feliz etapa pela Vida. Ela merece-nos esse cuidado e atenção.🌞
É isso. Muito obrigado, Dulce!