Sabe aquele papo de valorizar mais o “ser” do que o “ter”, de não querer estar sempre com a razão, de valorizar muito mais a essência das coisas do que a forma, a autenticidade, a simplicidade etc., etc., etc…. ?
Claro, esses são estilos e comportamentos que naturalmente estão mais presentes nas pessoas do pós-60, na jornada dos cabelos grisalhos, da senioridade, ou da maturidade. E isso é muito bom, vem no pacote do que tenho chamado de “processo de envelhecimento bem-sucedido”, que tem muito mais a ver com a manutenção da jovialidade da mente do que com as marcas e limitações impostas pelo acumular dos anos de vida.
A esse respeito, deparei com a crônica MATURIDADE, em cujos parágrafos (poucos, por sinal), de forma singela, agradável, positiva e, a meu ver, precisa, a escritora carioca Ana Jácomo enfatiza um conjunto de detalhes, aprendizados e sabedoria próprios dessa etapa da vida.
Pensando aqui, após a leitura do texto, chego a acreditar que muita gente parece não se dar conta dessa realidade. Então, que saibamos, cada vez mais, reconhecer e valorizar esses aspectos bem realçados pela autora.
A crônica foi publicada em 23 de janeiro de 2019, no Facebook, na página da escritora.
Bacana perceber… (leia a seguir):
“MATURIDADE
(Ana Jácomo)
Bacana perceber que a gente é capaz de aprender com as próprias falhas. Rir, muito depois, de bobagens que fez. Desdizer as certezas que tinha sem fazer cerimônia. Ter um olhar generoso para as dificuldades que tem com o respeito com que olha para as dificuldades alheias.
Bacana perceber como tudo passa, de fato. Como os cabelos embranquecem, de verdade. Como com o passar do tempo a gente julga menos e abraça mais. Como certos desesperos trocam de lugar com a mansidão. Como a razão faz as pazes com a emoção. Como fica claro o que realmente importa.
Bacana perceber que a gente já não faz questão de muita coisa. Que deixa por menos. Que o valor e prioridade das coisas se alteram. Que não se magoa mais facilmente. Que quer é saúde e coração tranquilo. Que ama ainda com maior beleza. Que depois de tanta andança valoriza ainda mais o começo de tudo.
Bacana perceber que a gente agora agradece mais do que pede. Que saiu (quase) ileso às armadilhas do caminho. Que superou tristezas que nunca nem conseguiu expressar. Que floriu de novo depois de tanto inverno. Que acha os pais ainda mais legais depois de tanto chão percorrido.
Bacana amadurecer. “
Fonte: https://www.facebook.com/anajacomohoje/posts/475244236341109/
Meu caro Dattoli, tanto você, com sua mensagem de apresentação, quanto a autora da crônica, se saíram.muito bem. Em verdade, temos na maturidade um dos temas mais palpitantes, pelo quanto ela significa em termos de enriquecimento de nossa vida. É quando nos conscientizamos de que somos aprendizes ansiosos pelos ensinamentos do saber, para nosso crescimento cultural. Só quando a maturidade nos nos chega é que passamos a ser capazes dos grandes gestos, das grandes açôes. É quando, ao nos surpreender errados, fazemos, com humildade, “mea culpa”, junto ao nosso prazer de dividir com o.próximo o que nos faz bem. Parabéns por nos brindar com mais uma preciosidade como esta. Forte abraço.
Que legal, caro Landim, que tenha gostado. Você sempre a nos brindar com generosidade e sabedoria. Muito grato!!!
Abraço