O que buscamos, efetivamente, no cotidiano da nossa existência?
Uma visão sobre isso, interessante e não menos instigante, vem no texto abaixo reproduzido, de Dayananda Saraswati, publicado no site Despertar Coletivo.
De maneira inteligentemente objetiva, a mensagem nos oferece pertinente reflexão sobre três aspectos que, para valer, são buscados no cotidiano pelos indivíduos: i) segurança; ii) prazer; e iii) sentido no que faz (um propósito que dá satisfação e felicidade).
Curioso, não é? Vale a leitura. Confira:

“Qualquer coisa que dê a você algum tipo de segurança – emocional, econômica ou social – é chamado de artha em Sânscrito. Segurança pode estar na forma de dinheiro, relacionamentos, um lar, reconhecimento, influência, ou poder de qualquer tipo. Tais realizações apoiam o ego e, portanto fornecem alguma segurança para o ego. Embora pessoas procurem várias formas de segurança em tempos diferentes, a busca de segurança é comum a todos.
Buscar prazer é uma outra busca, chamada de kama em Sânscrito. Qualquer coisa que satisfaça seus sentidos, agrade sua mente, toque seu coração e evoque em você uma certa apreciação é kama. Qualquer forma de prazer que você obtenha do seu lar ou relacionamento, por exemplo, é kama. Música e viagens também são kama e não artha, porque buscando-as você está buscando prazer e não segurança. Você não vai ao Havaí ou às Bahamas para buscar segurança. De fato, você perde alguma segurança, em forma de dinheiro, quando você vai a esses lugares.
Há uma terceira busca, dharma, que não é nem artha, segurança, nem kama, prazer. Em Sânscrito, dharma é uma palavra com muitos significados. Aqui, ela se refere a um sentido de harmonia, à satisfação vinda de ações altruístas como compartilhar ou ajudar outras pessoas. A busca do dharma é diferente da de artha e kama, porque você normalmente não ajuda outros para obter segurança ou prazer. Quando você encontra alguém precisando de ajuda e você pode aliviar seu desconforto, você se sente feliz. A alegria que você experimenta não é igual ao prazer que você experimenta indo ao Havaí ou a um concerto.
Um médico, que não trabalha apenas por ganhos financeiros, experimenta este tipo de prazer. Fazer trabalho de caridade tem um resultado similar. Aqueles que estão aptos a descobrir alegria neste tipo de serviço fazem isso, eu diria, por causa de uma certa maturidade e entendimento da parte deles.
Indo atrás de certas seguranças, eu não estou buscando as seguranças por elas mesmas. Eu estou procurando libertar-me de ser inseguro. Da mesma forma, quando procuro prazeres isso revela que eu estou agitado e não satisfeito comigo mesmo. Eu tenho que fazer alguma coisa para achar prazer, o que significa que eu quero ser livre do sentimento de insatisfação comigo mesmo.
Se eu estou sempre procurando segurança e prazer, quando eu serei capaz de dizer “Eu consegui!”? Somente quando eu me vejo como uma pessoa segura e satisfeita. Quando eu não mais sinto a necessidade de procurar prazer e segurança, então eu posso dizer que sou livre.”
Uma forma/linguagem simples de partilhar algo que é importante e muito interessante.
Sim, sobretudo por trazer à luz questões existenciais pouco enfrentadas no dia a dia pela maioria das pessoas. Grato por comentar!