Nestes dias de recesso prolongado por conta dos festejos carnavalescos, que paralisam as atividades regulares aqui no Brasil, acredito ser tempo propício, também, para alguma reflexão sobre questões essenciais, considerando que há sempre espaço para aprimoramentos, na trilha da nossa evolução individual.
Tendo isso em mente, selecionei para hoje belíssimo artigo do escritor brasileiro Richard Simonetti (1935 – 2018), abaixo reproduzido, publicado no portal “espirit book”, que recebi ontem de um amigo.
Na minha percepção, a questão dos conflitos familiares, assunto verdadeiramente sério e presente na realidade de muitos relacionamentos e lares, é abordada pelo autor com elogiável propriedade que, diria, torna o texto precioso e atemporal.
Tire bom proveito deste conteúdo cheio de sabedoria!
“CONFLITOS FAMILIARES
Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar. Pessoas que enfrentam desajustes físicos e psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar, marcada por frequentes conflitos.
Há quem resolva de forma sumária: o marido que desaparece, a esposa que pede divórcio, o filho que opta por morar distante.
Alguns espíritas utilizam o conhecimento doutrinário para curiosas racionalizações:
– Minha mulher é o meu carma: neurótica, agressiva, desequilibrada. Que fiz de errado, meu Deus, para merecer esse “trem”?
– Só o Espiritismo para me fazer tolerar meu marido. Aguento hoje para me livrar depois. Se o deixar agora terei que voltar a seu lado em nova encarnação. Deus me livre! Resgatando meu débito não quero vê-lo nunca mais!
Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.
Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do passado. Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar.
Naturalmente situações assim não interessam à nossa economia física e psíquica e acabam por nos desajustar.
Importante considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredir e magoarmos uns aos outros.
É incrível, mas somos ainda tão duros de coração, como dizia Jesus, que não conseguimos conviver pacificamente. Reunamos duas ou mais pessoas numa atividade qualquer e mais cedo ou mais tarde surgirão desentendimentos e desarmonia. Isso ocorre principalmente no lar, onde não há o verniz social e damos livre curso ao que somos, exercitando o mais conturbador de todos os sentimentos, que é a agressividade.
Neste particular, o estilete mais pontiagudo, de efeito devastador, é o palavrão. Pronunciado sempre com entonação negativa, de desprezo, deboche ou cólera, é qual raio fulminante. Se o familiar agredido responde no mesmo diapasão, o que geralmente acontece, “explode” o ambiente, favorecendo a infiltração de forças das sombras. A partir daí tudo pode acontecer: gritos, troca de insultos, graves ofensas e até agressões físicas, sucedidos, invariavelmente, por estados depressivos que desembocam, geralmente, em males físicos e psíquicos.
Se desejamos melhorar o ambiente doméstico, em favor da harmonização, o primeiro passo é inverter o processo de cobrança.
Normalmente os membros de uma casa esperam demais dos outros, reclamando atenção, respeito, compreensão, tolerância . . . A moral cristã ensina que devemos cobrar tudo isso sim e muito mais, mas de nós mesmos, porquanto nossa harmonia íntima depende não do que recebemos, mas do que damos. E, melhorando-nos, fatalmente estimularemos os familiares a fazer o mesmo.
Todos aprendendo pelo exemplo, até o amor. Está demonstrado que crianças carentes de afeto tem muita dificuldade para amar. Será que estamos dando amor aos familiares?
Não é fácil fazê-lo porque somos Espíritos muito imperfeitos. Mas foi para nos ajudar que Jesus esteve entre nós, ensinando-nos como conviver harmoniosamente com o semelhante, exercitando valores de humildade e sacrifício, marcados indelevelmente pela manjedoura e pela cruz.
Exerça severa vigilância sobre o que fala. Geralmente as desavenças no lar tem origem no destempero verbal;
diante de familiares difíceis, não diga: “É minha cruz!” O único peso que carregamos, capaz de esmagar a alegria e o bom-ânimo, é o de nossa milenar rebeldia ante os sábios planos de Deus;
elogie as virtudes do familiar, ainda que incipientes, e jamais critique seus defeitos. Como plantinhas tenras, tanto uns como outros crescem na proporção em que os alimentamos;
evite, no lar, hábitos e atitudes não compatíveis com as normas de civilidade vigentes na vida social. Sem respeito pelos companheiros de jornada evolutiva fica difícil sustentar a harmonia doméstica;
Cultive o diálogo. Diz André Luiz que quando os companheiros de um lar perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa a família.
Richard Simonetti “
Interessante…
Infelizmente passei por isso ontem..
estou desesperado!
não ouve denuncia mais eu peguei todas as coisas dela e coloquei no carro para ela ir embora e ela disse que não vai que eu preciso mudar minhas atitudes!
tudo começou por que dei 3 tapas na bunda do meu filho e ela nao aceitou e começou a briga verbal e depois partiu para agressão fisica!
dei um tapa no rosto dela eu estava muito nervoso!
mais estou totalmente arrependido e envergonhado me sentindo um covarde!
por que tenho 2 filhas e não gostaria que um dia isso acontecesse com elas ou com qualquer outra mulher..
estou com vergonha de ir para casa e olhar para ela…
por que sinto um lixo um covarde um fracassado com Homem..
nunca aprovei essa atitude e hoje me vejo dentro dela!
estou desesperado e não sei o que fazer.
não sei como reagir como me desculpar como olhar de novo para uma mulher sabendo que tive uma atitude covarde…
E infelizmente o pior aconteceu, mesmo naquele estado minha mulher cantou o pneu e foi embora com as coisas dela. Foi aí que eu previ que algo muito grave iria acontecer. Somente cinco minutos, eu recebi a ligação de um policial dizendo que ela sofreu um acidente. Eu já sabia, ele me contou que ela estava dirigindo em alta velocidade, bateu contra outro carro e capotou três vezes. Eu fiquei desesperado, deixei meus filhos com a vizinha e fui pra casa do meu irmão. Contei tudo pra ele e disse o porque não fui pro hospital, com medo que a família dela descobrisse tudo. Minha mulher sofreu vários ferimentos, uma fratura na coluna e outra nas pernas. A boa notícia é que ela tinha sobrevivido mas a pior é que ela teve uma das pernas amputada. Ela entrou em desespero e desabou a chorar assim que soube. Devido ao estado emocional que ela estava os médicos a sedaram. Eu fiquei arrasado e me senti muito culpado porque se eu não tivesse feito o que fiz nada disso teria acontecido. E o sofrimento aumentou ainda mais quando a minha mulher foi vítima de uma grande injustiça, foram encontradas drogas na bolsa dela. A polícia esteve no hospital e prendeu a minha mulher. A mãe dela entrou em desespero e passou muito mal, teve que ser sedada. Minha mulher que estava sem uma das pernas foi presa injustamente e colocada atrás das grades. Um dos irmãos dela bateu boca com os policiais e acabou sendo preso por desacato. Foi horrível! E o pior é que nada adiantou. Ela foi julgada e condenada a 35 anos de prisão. A reação dela foi o que eu imaginava. Ela surtou e se jogou no chão. O pai dela sofreu um ataque fulminante e morreu. Foi um clima de desespero e revolta. Nesse momento eu havia ido embora pra outra cidade pra não ser descoberto e mandei mensagens de vídeo pros meus filhos dizendo que eu os amava muito. Eles choraram muito e passaram a pensar que eu estivesse os abandonado, mas não foi isso. Eu só queria passar um tempo fora pra polícia não me achar, eu aluguei um flat e fiquei lá por dois meses. Aí acabei voltando pra descobrir o que tinha acontecido depois. Não queria mais ficar com esse peso enorme nas minhas costas como se nada tivesse acontecido. Descobri que a minha ex mulher tinha falecido devido a uma depressão severa devido aos calmantes que ela tomava, ela estava internada numa clínica devido a um surto psicótico e se acabava de tantos remédios e depois disso a mãe dela havia mudado de cidade. Os irmãos já estavam casados e cada um morando numa cidade diferente bem longe daqui. Só que não foi só isso, eu descobri também que meus três filhos tinham ido embora com a avó. Eu fiquei apavorado e acabei indo a procura deles. Descobri onde agora eles estavam morando e fui até lá. Era uma casa simples e pequena e para a minha surpresa minha filha mais nova quem atendeu, mas ficou muito nervosa e pediu pra eu ir embora. Disse ainda que me odeia. Em seguida a minha sogra apareceu, deixou bem claro que vai ficar com a guarda dos netos e que é pra eu sumir da vida deles e nunca mais procurá-los. Disse ainda com muita raiva e com lágrimas nos olhos que eu deveria estar na cadeia. Não foi fácil e a minha visita foi muito curta. Meus outros dois filhos não quiseram papo comigo, nem ao menos olhar na minha cara e um deles disse que eu deveria ter morrido no lugar da mãe deles. Então eu resolvi ir embora percebendo que não tinha nada pra fazer ali. Eu acabei destruindo a família que eu tinha construído, minha esposa morreu de tristeza por ter sofrido demais na vida, meus filhos me odeiam e fingem que eu nunca existo, todos os dias eles me culpam pela morte da mãe. Eu estraguei tudo, por conta do ódio, do meu egoismo e da fúria que eu causei. Tudo isso foi minha culpa. Meus filhos, ambos fazem tratamento psicológico. Agora estou sozinho me remoendo de tudo e não sei mais o que fazer. Preciso muito de ajuda