A pretexto de um dos temas mais frequentes por aqui, a Longevidade, selecionei para hoje o artigo muito legal, abaixo reproduzido, publicado em 25 de setembro no site O SEGREDO. Fala sobre o envelhecer, trazendo toques de sabedoria a respeito desse processo.
Conforme tenho comentado em diversas oportunidades, a grande sacada é entender, numa boa, que temos ao menos três idades (cronológica, biológica e psicológica) e que a psicológica, ou mental, é a mais importante, a que acaba sendo determinante. As outras duas idades serão mais ou menos importantes, a depender da mentalidade, dos hábitos, do jeito de viver, do nível de satisfação e felicidade de cada um.
Portanto, quantos anos já se viveu, com base na cronologia, no RG, definitivamente não deve merecer lugar de destaque. Afinal, não devemos perder de vista este pensamento atribuído ao filósofo chines Confúcio (551 a.C – 479 c.C): “Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?”
No geral, o enfoque trazido no texto vem ao encontro dos meus argumentos a respeito do tema. Afinal, em tempos de longevidade crescente, deve-se buscar inspiração – e (auto)comprometimento – na filosofia de ‘uma vida longa e bem-sucedida’, literalmente.
Leia o artigo a seguir:
“A grande beleza de envelhecer é aprender a simplificar a vida
Silvia Marques*

A grande beleza de envelhecer é deixar para trás pesos que não são nossos.
A grande beleza de envelhecer é aprender a simplificar a vida. Deixar para trás pesos que não são nossos. Falar com menos medo do julgamento. Ouvir com mais interesse. Ter menos pressa, pois o tempo tem o seu tempo.
Ninguém se torna idoso num dia qualquer. Ninguém dorme com carinha de 30 anos e desperta com carinha de 70. O envelhecer é um processo lento e, se formos comparar alguém de 25 com uma criança de dez anos, a pessoa de 25 não é tão jovem.
Quem tem a oportunidade de conviver com pessoas que passaram dos 90 anos passa a enxergar alguém de 80 como relativamente jovem.
Sem falar que o envelhecer não é apenas definido por nossa idade objetiva, mas por todas as condições físicas e emocionais que englobam o nosso ser. Pessoas com 60 podem estar mais envelhecidas do que outras com 75, dependendo da maneira de viver.
E quando uso o termo “maneira de viver”, não me refiro apenas à alimentação e a exercícios físicos. Eu me refiro a tudo que envolve o cotidiano da pessoa, como exemplo, círculo de amizades, tempo reservado para o lazer, vida amorosa e sexual, finanças equilibradas, investimento nos próprios sonhos. Muitas pessoas, depois de uma vida inteira de trabalho duro, quando envelhecem, passam a cuidar dos netos em tempo praticamente integral, sem ter a oportunidade de viajar, passear, fazer cursos.
Se a pessoa se realiza e se sente feliz cuidando dos netos de domingo a domingo, sem problemas. É uma escolha. Porém, se não for uma escolha e sim uma imposição das circunstâncias, o envelhecer perde a sua qualidade.
Não existe receita fechada para uma velhice feliz. Porém, parece-me que a autonomia para administrar o tempo e o dinheiro é fator fundamental para uma boa velhice.
Outro fator bem importante é a liberdade para fazer escolhas que não foram possíveis na juventude.
Quantas pessoas não descobrem o amor após anos e anos num casamento conveniente e chato? Quantas pessoas não passam a se expressar mais e a se dedicar à atividades de que gostam, pois já não dependem tanto do dinheiro ou conquistam mais tempo para curtir os amigos? E aprendem a viver com menos tabus? “