Sempre ouvimos dizer que as cores despertam e transmitem emoções, passam mensagens, e falam alguma coisa. Por óbvio, elas também podem transmitir o estado de espírito e sintetizar o comportamento de alguém.
Para falar sobre isso, trago hoje artigo do psicanalista e psicopedagogo Chafic Jbeili, que vi publicado no blog Ensinar e Educar, apresentando conteúdo que me pareceu bem interessante, no mínimo curioso, e que pode contribuir com indicativos a respeito do comportamento e da saúde (integral) de determinada pessoa.
Ter compreensão básica a respeito desses significados, ou melhor, sobre as emoções e psicologia das cores, pode fazer importante diferença. Não é por acaso que diversas áreas de atuação profissional, a exemplo de comunicação, marketing e arquitetura, utilizam bastante o impacto de cada cor em nosso cérebro. Com isso, percebe-se que esse tema tem vasta e impactante aplicação.
Confira:
As emoções e as 6 cores mais presentes no desenhos
Qual a sua cor predileta e qual a que você menos gosta? Quais as emoções envolvidas ou relacionadas em sua memória com essas cores? Já parou para pensar sobre isso? Ter a compreensão mínima sobre a relação de certas cores com as emoções é bem interessante. Afinal, não é sem razão que cada profissão tem uma explicação desde a faculdade para as cores que adota para representar a categoria. Com os desenhos não é diferente!
Existem centenas de cores nos desenhos, mas aqui eu elenco as que observei serem mais presentes nos desenhos que coletei e ajudei analisar nos últimos 15 anos. Sabemos que há no inconsciente coletivo convenções abstratas sobre o que cada cor estimula e evoca na memória de cada pessoa, particularmente. O significado das cores é diferente em diferentes culturas, povos e tradições. Para entender o significado das cores em cada desenho é preciso conhecer um pouco a história da pessoa que desenha!
O desenho tem a plasticidade da imaginação e as cores da criatividade linguística. É preciso desenvolver certa sensibilidade prática na leitura dos desenhos para ver o todo e observar os detalhes com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento ou até mesmo perceber a hora de buscar ajuda profissional.
O primeiro exercício que faço quando avalio as cores dos desenhos é tentar distinguir com o autor do desenho os aspectos positivos e os negativos de cada cor, na opinião dele.
No entanto, de modo geral, as cores tem um significado básico de partida que encontrei bastante similaridade entre especialistas da cromoterapia (cura pelas cores), da publicidade e da moda. Eu apresento esses detalhes no workshop que ministro sobre os desenhos.

Neste momento quero destacar apenas as seis cores mais comuns que encontrei nos desenhos e as emoções mais comuns relacionadas a elas. As cores mais presentes são: Azul, vermelho, amarelo, rosa, verde e preto. De modo geral, veja que interessante o que elas podem significar, em suas duas principais variações – claro e escuro:
Azul: Se azul claro é uma cor que transmite calma e segurança, traz clareza mental e saúde emocional. Revela uma pessoa que gosta de manter as emoções sob controle e que geralmente não demonstra o que sente. Se azul escuro pode indicar reflexões mais complexas, repetitivas e profundas como preocupações que causam certa tristeza comum sem afetar a rotina diária. A predominância e frequência do azul escuro nos desenhos sugerem buscar ou indicar avaliação com psicólogo. É a cor do pulmão e está ligada aos sentimentos e dores na alma e doenças respiratórias e da pele.
Vermelho: Se vermelho claro é estimulante, dá energia física e representa a força de vontade, vigor e espírito de liderança, além de indicar paixão, afetividade e amor. Se vermelho escuro indica agressividade, irritação e raiva contida prestes a descarregar. A predominância e frequência do vermelho escuro nos desenhos sugerem acompanhamento mais atento, diálogo e preventivamente fazer avaliação com psicólogo. É a cor do coração e está ligada a hipertensão.
Amarelo: De modo bem genérico e sem muita variação como o azul e o vermelho, o amarelo indica a alegria e a criatividade. É a cor do sol de um domingo perfeito! Diminui a ansiedade e as preocupações e, ao mesmo tempo, produz desinibição, pois é a compensação da pessoa tímida que ao mesmo tempo que se esconde com vergonha, também quer ser notada e reconhecida. A predominância e frequência do amarelo nos desenhos sugerem carência e necessidade de mais tempo de qualidade. Geralmente, a criança internada ou com irmão/ã recém-nascido se pinta de amarelo nos desenhos ou mesmo pinta de amarelo quem ela entende que está precisando de mais atenção. É a cor do baço pâncreas e está ligada a doenças ou distúrbios digestivos envolvendo o fígado ou estômago.
Rosa: Também de modo geral indica calma, aconchego, sossego, afabilidade, delicadeza e sensibilidade. Geralmente, a criança pode pintar algum membro da família mais enérgico com a cor rosa para expressar seu desejo de que aquela pessoa fosse mais delicada e calma como expressão de uma vontade inconsciente. Outro aspecto comum é para a identificação e afirmação de gênero em um determinado momento do desenvolvimento da criança. Está ligada às curiosidades e descobertas das genitálias em ambos o sexos e faz parte das reflexões pertinentes a cada idade. Se frequente e em maior evidência é importante os pais dialogarem sobre o tema (educação sexual) e caso não consiga desenvolver a conversa recomenda-se buscar orientação profissional com psicólogo.
Verde: É a mais harmoniosa das cores. Se verde claro a médio representa as energias da natureza, o provimento alimentar, o abrigo e o crescimento. Revela alguém preocupado com o meio ambiente e o bem-estar coletivo. Se verde escuro pode determinar altas habilidades e imaturidade emocional como o orgulho e a arrogância, com tendências antissocial. A predominância e frequência do verde escuro nos desenhos estão relacionadas a dificuldades de purificação do sistema linfático por alimentação inadequada, baixo consumo de água e o acúmulo de toxinas no corpo causando obesidade, provavelmente devido a sedentarismo ou falta de atividade física regular.
Preto: Se desbotado em tons de cinza favorece pensar sobre a introspecção e a auto-análise como se a pessoa estivesse refletindo sobre alguma ideia ruim que ouviu ou pensou a seu próprio respeito. Se forte, indica austeridade e na maioria das vezes com tendência a depressão, tristeza, confusão e medo. Pintar de preto uma porta ou uma casa é forte indício de querer “esconder” o que se passa naquele ambiente. Quando frequente e combinado com traços confusos deve-se buscar preventivamente auxilio com psicólogo, o quanto antes. O preto, também de forma geral, está relacionado de forma isolada a eventos solenes. Porém, a experiência aponta para problemas psíquicos e mentais, bem como com o rigor religioso na maioria dos casos, o que por si só requer a avaliação profissional.
Há inúmeras características observáveis e passíveis de leitura nos desenhos e eu compartilho muitas delas nos cursos e workshops que ministro. “
Uma abordagem muito interessante!