Longevidade: a crescente demanda do público maduro por produtos/serviços!

Sobre Longevidade, quero destacar hoje o impacto social e econômico proporcionado pelo público dos idosos mundo afora, e o Brasil não é exceção.

Isso significa necessidades a serem atendidas, hoje ainda inexistentes ou incipientes, que requerem, inicialmente dos atores que movimentam a economia, senso empreendedor corajoso, criativo e rápido, por representarem, na essência, oportunidades promissoras de negócios a serem criados/oferecidos.

É claro que existe uma cota de providências de responsabilidade dos entes governamentais e organizações sociais, representada por políticas públicas e ações concretas, a ser estrategicamente endereçadas para esse contingente populacional.

Mas o fato é que essa expressiva massa de grisalhos – compreendendo ampla faixa etária, partindo dos indivíduos com 60 anos até aos centenários – , que já totaliza 30 milhões de brasileiros, com previsão de que chegará aos 50 milhões até 2050, compõe um mercado a ser convenientemente explorado (atendido). Sem dúvida, esse contingente apresenta demandas emergentes para produtos e serviços os mais diversos, e que continuará a crescer, seja pela sua significativa quantidade, seja pelo florescente nível de conscientização que vem apresentando.

No geral, parte não desprezível desse público, por contar com  o benefício da aposentadoria, ter alguma reserva ou seguir em atividade alternativa na busca da complementação de renda para um viver com qualidade, e ainda pela condição de dispor de tempo mais livre, apresenta inerente poder e capacidade real para impactar/sustentar o consumo, dando ensejo, assim, ao surgimento de inúmeras possibilidades de negócios. Portanto, pode-se inferir que há muito a ser ampliado em ofertas econômicas e sociais para o referido segmento populacional, e, claramente, essa é tendência que vai ganhar fôlego nos próximos anos.

Poderia citar, a propósito, alguns mercados e áreas que requerem o devido endereçamento para os maduros, a exemplo de dispositivos e aplicativos eletrônicos, educação presencial e remota em sentido amplo, atualização/desenvolvimento cognitivo e intelectual, turismo e lazer, atividades físicas e recreativas, artes em geral, assistência pessoal (cuidados, tratamentos, acompanhantes etc.), meios de locomoção, hospedarias especializadas e, não menos importante, empreendimentos imobiliários (construções mais adequadas em termos de acessibilidade, conforto e integração social).

Como se percebe, o público dos grisalhos representa enorme campo de possibilidades, pela evidente demanda já reprimida, para ser convenientemente trabalhado e convenientemente suprido em termos de oferta de produtos e serviços!

Bem, para ilustrar um pouco, veja movimentação empreendedora que começa a ganhar fôlego, como informa a matéria abaixo, publicada mês passado no site ‘Meio & Mensagem’:

“Startups para público maduro têm mercado crescente no Brasil

Estudo indica oportunidades para universo de 30 milhões de pessoas que, em grande parte, trabalha, consome e estuda ativamente

Karina Balan Julio
Foto: Pexels

Estima-se que existam 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Até 2030, o País terá a quinta maior população idosa do mundo. Os dados são de um levantamento da consultoria de marketing Hype60+ em parceria com a rede global Aging 2.0 e com a plataforma de negócios Pipe Social.

Com o envelhecimento dos brasileiros, empreendedores enxergam no público maduro uma chance de criar negócios que respondam às suas demandas. “Já temos mais avós no Brasil do que crianças com até cinco anos. É uma população enorme que se sente invisível, então há um espaço enorme para quem quiser empreender na área”, diz Layla Vallias, sócia da Hype60+, que é especializada no público sênior.

“Estamos vendo uma primeira geração de empreendedores com soluções que até então não existiam, desde aplicações digitais de gestão de medicamentos até franquias físicas”, acrescenta Fernando Cembranelli, CEO da Health Innova Hub, iniciativa que reúne empreendedores e investidores da área de saúde. Ele vê potencial expressivo em segmentos como mobilidade, farmácia e telemedicina.

O relatório faz parte do projeto Chamada de Negócios da Longevidade, em que startups com atividade dedicada ao público mais velho se inscrevem para concorrer a uma aceleração na área. Neste ano, 141 tentaram participar, sendo que 81 eram negócios com fins lucrativos. Por sua vez, 63% já foram formalizados e 50% têm entre um e dois funcionários. A maioria tem menos de cinco anos de funcionamento e está concentrada na região sudeste — estando 59% delas no estado de São Paulo. Ainda, cerca de 21% foram acelerados com o apoio de investidores e parceiros. Contudo, 40% ainda não apresentam faturamento — 35% faturam entre R$ 1 mil e R$50 mil, enquanto 20% faturam acima de R$ 50 mil anuais.

Na avaliação de Layla, startups especializadas chegam para suprir uma lacuna por empresas e serviços tradicionais. Ela conta que marcas ainda não aproveitam o potencial deste perfil de consumidor, o qual, ao contrário do que se pensa, está trabalhando, estudando e consumindo de forma ativa. “A maioria das empresas só faz pesquisas de mercado com consumidores com até 45 anos de idade. Geralmente os briefings para campanhas e novos produtos não contemplam o público maduro, que às vezes chega a representar 30% da base de clientes das empresas”, argumenta.

Outra pesquisa da consultoria mostra que 64% das pessoas com mais de 60 anos são provedoras de suas famílias, às vezes mesmo depois de aposentadas.

Uma das startups focadas neste público é a Eu Vô, espécie de “Uber” adequado às necessidades de idosos. Os motoristas do serviço, criado em São Carlos (SP), recebem treinamento gerontológico e em primeiros socorros. “A ideia é dar autonomia e qualidade de vida para estas pessoas, para que elas não se isolem, pois muitas vezes têm medo de sair de casa e fazer as coisas sozinhos”, conta Victória Abdelnur Barbosa, que fundou a empresa junto a seu irmão, inspirada pela situação da própria mãe, que sofre de esclerose múltipla. Os motoristas são selecionados via outra empresa, a Maturijobs, recrutadora especializada em profissionais com mais de 50 anos.

Outra iniciativa para o público sênior veio da International School of Game (ISGame), que criou um projeto para estimular a atividade cognitiva de idosos, ao ensiná-los a desenvolver games simples para celular. Por meio do programa, participantes também podem atuar como professores e assim conseguir uma fonte de renda extra.

Veja a publicação original, além de outras matérias relacionadas em:

https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/06/06/publico-maduro-impulsiona-negocios-ligados-a-longevidade.html

Sobre JCDattoli

Este blog foi idealizado para compartilhar reflexões e discussões (comentários, frases célebres, textos diversos, slides, vídeos, músicas, referências sobre livros, filmes, sites, outros blogs) que contribuam para a realização e o crescimento do ser humano em toda a sua essência e nas dimensões pessoais e profissionais. Almejo que o ser humano se mostre cada vez mais virtuoso, atento e disposto a servir ao próximo em cada momento da sua existência. Atuei profissionalmente por quatro décadas, com bastante intensidade, nas áreas pública e privada. Ocupei de cargos técnicos a postos de chefia e direção. Neste novo momento, pretendo ajudar pessoas a atingir outros patamares na vida – e na profissão. Dedicarei parte do tempo para ações sociais/humanitárias (levar música ao vivo para casas de idosos é uma das frentes de atuação, iniciada em 2007), além de assegurar espaços na agenda para o exercício do autoconhecimento e para a meditação, no caminho da evolução pessoal permanente . Gosto de ler, de aprender coisas novas, de praticar atividades físicas e de cantar-tocar violão. A família e as amizades são preciosas matérias-primas na construção do bem viver. Apesar das incongruências, desencontros e descaminhos humanos, tenho por missão dedicar-me mais e mais às pessoas como contributo para um mundo verdadeiramente melhor!
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4 respostas para Longevidade: a crescente demanda do público maduro por produtos/serviços!

  1. Sandra Fayad Bsb disse:

    “…que há muito a ser ampliado em ofertas econômicas e sociais para o referido segmento populacional, …”, que os empreendedores em geral e governos percebam logo as tendência e abracem a demanda.

  2. dulcedelgado disse:

    A necessidade de inventar é tão humana…como os efeitos da passagem do tempo na nossa vida…
    Nesse sentido, a evolução tecnológica e os empreendedores estarão cada vez mais atentos às necessidades daqueles que, como eu, já passaram os sessenta. Iremos ser uma geração de idosos mais “exigente” do que foi a anterior, porque assistimos a uma enorme evolução tecnológica. E a nossa velhice irá repercutir isso.
    Neste momento eu ainda não sei o que me será útil/importante no futuro…mas certamente irei agradecer o empenhamento e a ajuda dos novos empreendedores e de um nicho de mercado que, acredito, eles irão explorar com inteligência.

    • JCDattoli disse:

      É por aí, também acredito, até porque faço parte do grupo dos sexagenários. A geração chamada de “baby boomers” (pessoas nascidas entre 1946 e 1964), mais informada e com amplo horizonte pela frente, vai certamente demandar muita coisa, cada vez mais!!!

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