‘O encanto das livrarias físicas’ (um depoimento; um apelo) – Confira!

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Ao tratar do tema ‘livros e leitura’, já trouxe comentários aqui sob visões e perspectivas distintas, claro, sem esconder a minha disparada preferência e satisfação ao adquirir, ganhar, manusear e ler um livro físico, impresso, à moda do tradicional e bom companheiro livro em papel!

Para quem quiser recuperar/conhecer alguns dos referidos argumentos, selecionei dois deles (vide links): http://https://obemviver.blog.br/2016/10/10/quero-ler-em-papel-artigo-desmistifica-fim-do-livro-impresso/ e https://obemviver.blog.br/2018/04/23/os-livros-quebram-os-grilhoes-do-tempo-uma-feliz-homenagem/http://.

Para hoje, trago texto que gostei bastante (O encanto das livrarias físicas), da advogada Janaína Castro de Carvalho, publicado ontem no site “Migalhas”. Dando direcionamento mais específico, a autora expressa seu sentimento – e evidente paixão – pela experiência de frequentar o ambiente de uma livraria física.

Com variações pra lá e pra cá, tenho também algumas dessas sensações quando frequento estabelecimentos como esses. Diria que estamos no mesmo time de fãs, como público fiel dos livros e das livrarias físicas, apesar da realidade ameaçadora de fechamento e extinção de várias delas, em virtude de uma persistente crise no mercado literário brasileiro. Vamos torcer para que o setor volte a ganhar fôlego!

Bem, confira o texto, uma declaração de amor da autora e, ao mesmo tempo, um apelo. A seguir:

“O encanto das livrarias físicas

Janaína Castro de Carvalho

Comprar livros pela internet é legal, mas comprar em livrarias reais, físicas, é sensacional.

Leitores vorazes sofreram, desde o começo do ano passado, quando as duas maiores redes de livrarias do país – Cultura e Saraiva – mostraram publicamente que estavam com dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. Ambas pediram recuperação judicial. A Saraiva tem dívidas de aproximadamente R$ 675 milhões. As dívidas da Livraria Cultura são estimadas em R$ 285 milhões. O cenário enseja várias reflexões para quem ama literatura.

É preciso lembrar que essas duas livrarias fizeram a história de vários leitores. A Livraria Saraiva, na década de 1990, fundou em São Paulo a primeira megastore – com livros, revistas, música e ainda com espaços de convivência para cafés e leitura. A Livraria Cultura seguiu caminho semelhantes.

As livrarias físicas são mundos de contos. Quem convive comigo sabe o quanto AMO livros. Amo com A maiúsculo. A cada história eu viro um personagem. Viro uma zeladora que oculta sua inteligência e erudição, um homem que esconde sua condição racial, uma menina travessa e má, uma astróloga iniciante, uma criança rindo junto com seu coelho imaginário de estimação, um velhinho colocado em um asilo e por aí vai. Junto com o amor aos livros vem meu amor pelas livrarias. As livrarias físicas – para ficar bem claro.

Nelas, a experiência sensorial é fantástica. As prateleiras ordenadas, com os títulos recentemente lançados, com os clássicos, livros separados por temas, por áreas, todos com a lombada à mostra, convidando para serem capturados das estantes, para receberem os dedos (de adultos e crianças) em suas páginas, oferecendo o índice, a capa bem pensada, a textura das folhas. Sem falar das poltronas, sofás aconchegantes e o dinossauro de madeira com almofadas convidativas para as crianças. E principalmente pessoas – sejam aquelas que trabalham ali, sejam as que as frequentam. Ah!!! Chego a me emocionar quando penso em quanto fui e sou feliz nesse ambiente.

Mas a emoção vem mais forte quando penso que essa experiência rica, bela, profunda, de estar em uma livraria física, vai virar outra história para eu contar para meus netos. Essa história é mais ou menos assim: “Sabe, lindinho da vovó, no meu tempo, comprávamos livros em lugares muito gostosos de ir, de passear. Naqueles lugares as pessoas podiam pegar os livros da estante, folheá-los, passear por suas páginas, sentindo a gramatura da folha, paquerar o leitor interessante que estava por ali em busca de alguma aventura literária, sentar numa poltrona de couro, aconchegante, e passar a tarde inteira ali, largadas na saudável imaginação. Também podíamos tomar um café gostoso na cafeteria, acompanhado de um pãozinho macio e um bombom. Quando esses lugares ainda existiam, eu costumava levar sua mãe lá. Adorava ver a Clara se encantando com o universo dos livros. Ela ama livros pelos livros, eu sei, mas muito pela lembrança de estarmos juntas ali, compartilhando histórias as mais diversas. Pergunte para ela. Talvez, sua mãe se lembre”.

Bom, o diálogo imaginário tem tudo para ser real, mas aguardemos o que o futuro reserva. O triste fato é que as nossas livrarias físicas estão passando por dificuldades financeiras. Cultura, Saraiva e FNAC, além de tantas outras estão em um caminho de obstáculos. Lugares belos, ambientes de uma riqueza inenarrável, tendo que reduzir pessoal, cortar custos, diminuir de tamanho e até fechar. Uma lástima.

Estou tentando retardar esse cenário. Meu esforço é o de uma formiga frente a um gigante, eu sei. Mas por decisão muito pensada eu compro livros, preferencialmente, em livrarias físicas.

Como leitora e frequentadora apaixonada, compartilho com vocês o que vai na minha alma e faço um apelo: Antes de pensar em comprar obras na livraria eletrônica, vamos tentar primeiro fazer isso em livrarias físicas? Comprar livros pela internet é legal, mas comprar em livrarias reais, físicas, é sensacional. Isso por tudo o que faz parte dessa experiência.

Publicado em: https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI303011,71043-O+encanto+das+livrarias+fisicas

Sobre JCDattoli

Este blog foi idealizado para compartilhar reflexões e discussões (comentários, frases célebres, textos diversos, slides, vídeos, músicas, referências sobre livros, filmes, sites, outros blogs) que contribuam para a realização e o crescimento do ser humano em toda a sua essência e nas dimensões pessoais e profissionais. Almejo que o ser humano se mostre cada vez mais virtuoso, atento e disposto a servir ao próximo em cada momento da sua existência. Atuei profissionalmente por quatro décadas, com bastante intensidade, nas áreas pública e privada. Ocupei de cargos técnicos a postos de chefia e direção. Neste novo momento, pretendo ajudar pessoas a atingir outros patamares na vida – e na profissão. Dedicarei parte do tempo para ações sociais/humanitárias (levar música ao vivo para casas de idosos é uma das frentes de atuação, iniciada em 2007), além de assegurar espaços na agenda para o exercício do autoconhecimento e para a meditação, no caminho da evolução pessoal permanente . Gosto de ler, de aprender coisas novas, de praticar atividades físicas e de cantar-tocar violão. A família e as amizades são preciosas matérias-primas na construção do bem viver. Apesar das incongruências, desencontros e descaminhos humanos, tenho por missão dedicar-me mais e mais às pessoas como contributo para um mundo verdadeiramente melhor!
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5 respostas para ‘O encanto das livrarias físicas’ (um depoimento; um apelo) – Confira!

  1. Zé Rosa disse:

    Muito bom ! Estou com vocês quanto ás livrarias (e livros) físicos. Abs.

  2. Sergio Roberto Silva Dattoli disse:

    As livrarias, jamais deixarão de ser, a personificação da CULTURA .

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