Com certa frequência, acreditando que você já tenha notado, faço postagens aqui visando a incentivar o hábito da leitura com regularidade, que acaba desaguando em certo direcionamento para os livros, seja os virtuais (para leitura por meio de dispositivos eletrônicos), seja os livros físicos, em papel, que seguem firmes e não perdem o seu encanto e preferência, a despeito de previsões contrárias após os avanços proporcionados pela chegada da tecnologia (dos computadores portáteis aos smartphones e, mais especificamente, dos dispositivos chamados de leitores digitais).
Nesse contexto, a postagem de hoje objetiva estimular e orientar o leitor para a escrita de um livro, em especial de um romance. A esse propósito, reproduzo interessante – e útil – texto, publicado no BLOG DO PALHÃO, com informações e dicas para quem se dispõe a escrever, traduzidas do texto “Four Ways to Structure a Novel”, da escritora britânica Lorraine Ambers. Além das dicas, objetivas, para a estruturação do livro, você ficará sabendo que, no geral, existem três tipos de escritores, com suas correspondentes características: os ‘planejadores’, os ‘improvisadores’ e os ‘planevisadores’.
Vale a pena conferir (reprodução abaixo):
“[TRADUÇÃO] QUATRO FORMAS DE ESTRUTURAR UM LIVRO
Esta publicação é uma tradução do original em inglês por Lorraine Ambers disponível em
Four Ways to Structure a Novel
Cada escritor tem um processo diferente, uma forma diferente de criar, e cada história é única na forma em que é contada. O que todas têm em comum são as regras de estruturação básica. Nesta publicação, vamos explorar quatro tipos diferentes de planejamento de estrutura da história. Então, fica a seu cargo decidir como usá-los.
Para desenvolver qualquer uma dessas estruturas, é importante lembrar de avançar a história a cada cena para que a trama e/ou personagem ganhem tração. Você pode fazê-lo ao perguntar para cada cena e/ou capítulo: Como? Quem? O quê? Onde? Quando? E por quê? Considere, ainda, qual o Incidente Instigante: o que começa a mover sua história? Dê uma olhada em uma das minhas publicações anteriores Como Planejar a Jornada do seu Protagonista, onde entro em detalhes como riscos, conflitos e o momento do despertar.
A Estrutura em Três Atos
O primeiro ato é a preparação. É basicamente um quarto do seu livro e revela o protagonista em seu cenário habitual, seguido do Incidente Instigante, o catalista que inicia tudo e aumenta os riscos.
O segundo ato é sobre o confronto. Tomando cinquenta porcento de seu livro, o protagonista enfrenta obstáculos que aumentam a tensão, levam o personagem a desafiar a si mesmo e a suas crenças, empurrando-o em direção ao objetivo dele. Os obstáculos continuam a se empilhar até o clímax do ato dois.
O ato final é sobre resolução. O último quarto da história contém o clímax final. Então, a ação começa a desacelerar e obstáculos vão sendo vencidos até se atingir o desfecho.
A Jornada do Herói
Através desse método, também conhecido como monomito, o escritor planeja o caminho do protagonista por nove estágios, começando na terra natal, aventurando-se a deixar sua terra com orientação, encontrando dificuldades, até que vença o desafio e retorne para casa. Nesse método, o escritor usa o Final em Círculo, como discutimos na publicação da semana passada: Seis Maneiras Magníficas de Terminar um Livro.
Os nove estágios são:
- Introdução ao mundo do herói
- Chamada para ação
- Cruzamento do limiar
- Encontro do mentor
- Primeiro desafio
- Tentação
- Momento de escuridão interior
- Batalha final
- Retorno para casa
A Estrutura Espelho
Esse método divide a história em dois. A primeira metade consiste em obstáculos cada vez maiores para o protagonista. A segunda metade os revisita em ordem reversa, resolvendo os conflitos, terminando, novamente, onde o protagonista começou.
A complexidade dessa divisão é decisão apenas do escritor. Ele vai criar cada problema em um cenário diferente ou com diferentes antagonistas para colocar lenha na fogueira? Ou, talvez, manter a divisão sutil, apenas trabalhando o conflito e as resoluções?
O Ciclo Objetivo à Decisão
Esse método pode ser usado tanto para criar o arco do personagem quanto ser aplicado ao processo de planejamento. É um modo flexível de criar a estrutura.
Parte 1: O ciclo se inicia
No início de uma cena, seu personagem terá um objetivo que deseja alcançar.
O conflito será introduzido como um obstáculo, impedindo que seu personagem atinja o objetivo. Assim, a ele deve ser apresentada uma oportunidade de crescer e se desenvolver ou ser chamado para uma ação.
O resultado, infelizmente, será uma falha. O desastre acontece apesar de o personagem dar o seu melhor.
Parte 2: Chegando à reação/lições
O personagem reage emocionalmente, promovendo crescimento pessoal.
O dilema é baseado em qual ação devem tomar a seguir. Ele aprendeu com suas falhas e consegue a oportunidade de fazer melhor da próxima vez.
Uma vez que tenha tomado uma decisão, o personagem recebe um novo objetivo ou segue novos passos para atingir o objetivo.
O ciclo recomeça, de novo e de novo, até que o personagem tenha chegado ao fim de sua história.
Alguns escritores planejam cada detalhe de seus livros: são os Planejadores. Outros pegam um conceito e começam a moldar a história enquanto ela cresce em torno das vidas de seus personagens: são os Improvisadores. E, finalmente, há o tipo de escritor que está na metade do caminho, rascunhando a estrutura e deixando o resto para a imaginação: os Planevisadores.
Que tipo de escritor você é? E quais métodos você usa para estruturar seus livros? Por favor, compartilhe nos comentários. Você sabe que adoro saber sua opinião. “
Obrigado por compartilhar!
A Lorraine Ambers manda muito bem.
Estou aprendendo muito traduzindo o conteúdo dela.
Tenho gostado bastante desse seu trabalho de tradução, com dicas preciosas para quem se interessa pela escrita. Eu que lhe agradeço. Abraço!!!
Vou guardar com carinho essas dicas. E vou também compartilhar a matéria. Obrigada
De fato, essa escritora e revisora tem passado dicas preciosas. Escrever um romance começa a ficar mais palpável! Rsrs