De volta com o grande tema Saúde, a postagem de hoje é sobre as emoções, e mais precisamente como elas nos impactam!
A neurociência (estudos científicos interdisciplinares do sistema nervoso) tem trazido importantes descobertas, esclarecimentos e evidências, o que tem sido facilitado pelo avançar das pesquisas e dos recursos tecnológicos hoje disponíveis. Na minha visão, é fundamental conhecermos os resultados dessas pesquisas. É a ciência comprovando, cada vez mais, o que já se desconfiava, se inferia, se falava.
A esse respeito, encontrei interessante artigo, publicado no portal G1/Ciência e Saúde, com resultado de estudos do neurocientista Henrique Sequeira, recentemente divulgados.
Entre os achados, de acordo com o pesquisador, está a confirmação de que qualquer emoção tem impacto sobre o corpo, graças à conexão cérebro-corpo. E são muitas as possibilidades dessas consequências, conforme explicado na matéria, dando razão, literalmente, para o inexorável princípio (ou lei) da causa e efeito!
Por exemplo, chama a atenção o resultado de estudos sobre o impacto de filmes (cenas) antes do sono, do que merece destaque, a meu ver, o que acontece quando se trata de filme violento. Também, fica evidenciada a relação entre estresse e fragilidade do sistema imunológico.
Portanto, vale a pena estar consciente sobre as nossas emoções, tanto as positivas quanto as negativas. Leia o artigo. Reflita!
A seguir:
“Saiba como as emoções (boas ou ruins) afetam nosso organismo
Quem nunca dormiu mal ou teve dor de barriga antes de algum evento importante? O neurocientista franco-português Henrique Sequeira, especialista dos efeitos biológicos das emoções em nossa saúde, explica o porquê.
Emoções agem sistematicamente sobre nosso organismo — Foto: Fausto García/Unsplash
A brasileira Carolina Copetti, 30 anos, que faz mestrado em Sociologia na França, lembra como se fosse hoje. Em 2010, ela estava se formando em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tinha uma reunião com sua orientadora para discutir o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Aquilo ficou me remoendo durante muitos dias, era uma conversa importante. Tive insônia porque era muito difícil conseguir desligar o cérebro”, conta.
Carolina diz que essa insônia, paradoxalmente, foi a solução para seu problema. Entre noites mal dormidas, a estudante acabou achando seu tema de pesquisa, que foi aprovado pela orientadora. “É engraçado sonhar com uma discussão teórica, mas foi o que aconteceu. Acabou sendo um evento positivo porque definiu minha vida profissional pelos próximos anos”, diz.
A atriz francesa Mélanie Martinez-Llense, em cartaz com o espetáculo “Berk Plage”, em Montreuil, perto de Paris, conta que subir no palco sempre causa sofrimento. Entre os sintomas, ela descreve suor e taquicardia. “É uma aceleração de todo meu metabolismo. Suor, salivação…aliás, nos primeiros momentos no palco, eu sou muito rápida nos gestos e na maneira de falar. Tudo se acelera”, descreve. “É o nosso ego que está sendo ameaçado. Temos medo do julgamento dos outros”, conclui Mélanie. Apesar dos sintomas desagradáveis, ela lembra que existe “uma recompensa com os aplausos e a reação da plateia”.
O neurocientista franco-português Henrique Sequeira coordena um laboratório dedicado ao estudo das emoções na universidade de Lille, no norte da França. Suas pesquisas incluem a análise do impacto das emoções no corpo, sejam negativas ou positivas, como as vivenciadas por Carolina ou Mélanie. “O interesse desse tipo de emoção é preparar o indivíduo a enfrentar o que vem pela frente. É desconfortável, mas há efeitos posteriores potencialmente positivos”, explica. Como se o prazer “apagasse” os efeitos corporais negativos. Tudo faz parte, ressalta, de um processo individual de regulação emocional.
A equipe do neurocientista estuda, entre outros temas, os efeitos no sono das emoções boas ou ruins vivenciadas durante o dia. Um dos estudos, publicados em 2015, foi feito em parcerias com instituições japonesas. Para isso, os pesquisadores exibiram filmes com cenas agradáveis, desagradáveis e “neutras” a um grupo de 12 pessoas, antes de dormir.
Em seguida, eles gravaram as ondas cerebrais dos pacientes durante oito horas. No total, a equipe registrou 120 noites. A conclusão diz Sequeira, é que o a estrutura do sono foi modificada. “O que mudou, principalmente, foi a fase do sono conhecida como paradoxal, quando ocorrem os sonhos. Ela foi modificada pela estimulação emocional” explica.
Os pacientes que assistiram a um filme violento, por exemplo, só mergulharam no sono profundo na segunda parte da noite, como se o cérebro tivesse “esperado” para relaxar completamente e se desconectar do mundo exterior. Já cenas relaxantes contribuíram para um sono de melhor qualidade.
Interface entre cérebro-corpo
Como as emoções influenciam fisiologicamente o organismo? “Não há emoções sem impacto no corpo. O que é preciso compreender é que elas funcionam como uma interface entre o cérebro e o corpo. Quando sentimos uma emoção, positiva ou negativa, isso nunca será insignificante para o organismo”, resume o neurocientista.
As reações podem ser hormonais, viscerais ou cardiovasculares, respiratórias, de temperatura e gástricas. Há também modificações no sistema imunológico, que pode melhorar ou sofrer uma baixa em função das emoções ressentidas. “Hoje podemos separar a influência das emoções positivas e das negativas”, diz o pesquisador. “Em relação à saúde física, temos muitos dados, e em relação às modificações que hoje já estão bem demonstradas, há as cardiovasculares – as emoções negativas vão gerar hipertensão e arritmias cardíacas, por exemplo.” O pesquisador também cita a asma, as dores nas articulações ou as doenças gastrointestinais.
Ele também lembra a importância da ação dos corticosteroides, produzidos pelas glândulas suprarrenais, secretado quando o indivíduo se sente acuado, ou bloqueado em uma situação. Esse grupo de substâncias afeta a produção de outros hormônios capazes de aumentar a tensão arterial e alterar o metabolismo do açúcar, criando uma predisposição ao diabetes.
Entre eles está o cortisol, conhecido como o hormônio do stress. “O cortisol vai modificar, por exemplo, a produção de citocinas, substâncias que pertencem ao sistema imunológico, enfraquecendo as defesas. Isso faz com que o indivíduo fique doente com mais frequência”, explica.
Visualizando soluções para proteger o corpo
O que é interessante, afirma o neurocientista, é perceber que o corpo atua em função do que se passa na cabeça da pessoa. Seja qual for a dificuldade da situação, se o indivíduo é capaz de elaborar uma alternativa ou de visualizar uma solução para o problema, os hormônios não serão mobilizados e não atuarão da mesma forma no organismo. Quando existe submissão a um contexto desfavorável, por exemplo, os corticosteroides vão destruir a saúde.
“A maioria das pessoas não fica doente por acaso”, diz Henrique Sequeira. Um estudo sueco, diz, avaliou durante cinco anos os eventos estressantes em um grupo de pacientes e a incidência que isso teria na saúde deles 12 anos depois. O resultado é que o stress vivenciado é proporcional à incidência de doenças cardiovasculares. Por outro lado, as emoções positivas, como o otimismo, a auto-estima e a resiliência, têm efeitos benéficos. Como diz o pesquisador, não ignore as emoções: aprenda a enfrentá-las.
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Sobre JCDattoli
Este blog foi idealizado para compartilhar reflexões e discussões (comentários, frases célebres, textos diversos, slides, vídeos, músicas, referências sobre livros, filmes, sites, outros blogs) que contribuam para a realização e o crescimento do ser humano em toda a sua essência e nas dimensões pessoais e profissionais. Almejo que o ser humano se mostre cada vez mais virtuoso, atento e disposto a servir ao próximo em cada momento da sua existência. Atuei profissionalmente por quatro décadas, com bastante intensidade, nas áreas pública e privada. Ocupei de cargos técnicos a postos de chefia e direção. Neste novo momento, pretendo ajudar pessoas a atingir outros patamares na vida – e na profissão. Dedicarei parte do tempo para ações sociais/humanitárias (levar música ao vivo para casas de idosos é uma das frentes de atuação, iniciada em 2007), além de assegurar espaços na agenda para o exercício do autoconhecimento e para a meditação, no caminho da evolução pessoal permanente . Gosto de ler, de aprender coisas novas, de praticar atividades físicas e de cantar-tocar violão. A família e as amizades são preciosas matérias-primas na construção do bem viver. Apesar das incongruências, desencontros e descaminhos humanos, tenho por missão dedicar-me mais e mais às pessoas como contributo para um mundo verdadeiramente melhor!