Começo as postagens da semana refletindo sobre a sutileza humana, ou mais precisamente sobre a sensibilidade. Para tanto, recorro a mais um texto da Professora Elaine Rodrigues, que de alguma forma me tocou, com sua singela argumentação a respeito de Pessoas Sensíveis.
Não tendo dúvida de que pessoas com personalidade mais sensível são por vezes percebidas de forma imprecisa, ou mesmo com certo desdém, como se fossem pessoas sem gana, coragem, força interior etc. No caso, literalmente, as aparências podem enganar!
Vale assinalar que existem pessoas “extremamente sensíveis” que, claro, são minoria. Quem quiser conhecer um pouco mais do assunto, recomendo este interessante artigo “16 sinais de que você é uma pessoa extremamente sensível”, publicado no portal Huffpost Brasil: https://www.huffpostbrasil.com/2014/03/17/16-sinais-de-que-voce-e-uma-pessoa-extremamente-sensivel_a_21667142/.
Referido texto, com argumentação enxuta, suficiente e impactante, foi publicado anteontem no blog e-Redigindo. Leia. Vale refletir um pouco sobre isso!
A seguir:
“Pessoas Sensíveis

NÃO CONFUNDA SENSIBILIDADE com fraqueza. Pessoas sensíveis são fortes. Por transitarem na vida por trás da vida e atravessarem os tempestuosos oceanos existenciais, suas almas são fortalezas revestidas de resiliência e perseverança.
Criaturas sensíveis também são profundas e intensas. Não confunda INTENSIDADE com desequilíbrio. Elas são sóbrias no falar, no agir, no tocar. Autoavaliam-se para não serem desmedidas, inoportunas, excessivas. São seres doadores de energias, não sugadores delas. Os sensíveis veem além do olhar, entendem além do dito e sentem até a última gota do sentir.
Mas cuidado! Não confunda sensibilidade com ingenuidade. Não faça promessas ao sensíveis as quais não poderá pagar. Não ceda aos seus emocionalismos aproximando-se para depois se afastar. O sensível é compreensivo, benevolente, tolerante, afetuoso — mas também torna-se insensível àqueles que querem brincar com sua sensibilidade.
Dos indiferentes, apáticos e desumanos, os sensíveis se afastam mais cedo ou mais tarde. Sem alarde. Sem bramidos. Sem exclamações. Discretamente — o sensível se recolhe. E no recôndito do âmago sagrado, ele verte o sangue da alma no rosto; interruptamente as lágrimas caem de dentro para fora, de dentro para dentro. E ali, sozinhos, eles se esvaziam, se reencontram e recomeçam.
“Os sensíveis são simultaneamente mais infelizes e mais felizes que os outros.”
Clarice Lispector (Melhores contos) “
Gostei muito do seu texto também! A sensibilidade é vista de forma pejorativa neste mundo desumano, insensível, superficial. Mas você, meu amigo, pelo visto faz parte dos sensivelmente fortes. Obrigada!
Grato, Elaine!
É, desconfio que a sensibilidade tem algo comum por aqui. E desconfio, ainda mais, que a expressão de Clarice, por você citada, estava precisa! Rsrs
As pessoas sensíveis costumam surpreeender as demais, porque – está claro! – sensibilidade não é sonônimo de fraqueza, alienação, ingenuidade, apatia. E estão sempre surpreendendo os maus observadores, pretenciosos, espertalhões. Gosto de conviver com os sensíveis, aprender e praticar com eles. Acho que a gente nasce sensível.
Ótimo, Sandra. Um belo acréscimo. Grato e vamos nessa, minha amiga!!!
Muito interessante…e sensível!