Crédito de imagem: Cultura Alternativa
Para concluir a abordagem sobre o fenômeno da excessiva conexão online com dispositivos eletrônicos e, em especial, pela crescente dependência dos smartphones, motivo da minha postagem de ontem (https://obemviver.blog.br/2018/11/05/o-celular-no-controle-uma-realidade-que-precisa-ser-percebida/), vamos fechar com dicas de algumas estratégias e possibilidades de ações práticas para minimizar essa preocupante constatação dos dias atuais, já denominada de “intoxicação digital”. Em alguma medida, espero que sim, as referidas sugestões podem ser úteis para você. Confira:
DETOX DIGITAL
Para quem demonstra alta dependência do celular, cujos sintomas podem ser: 1) conferir a telinha durante o tempo todo para ver o que está acontecendo, as notificações de amigos, as “curtidas” etc.; 2) ficar acordado até mais tarde, com o aparelho ligado, só para dar mais uma olhadinha nas redes sociais; 3) manter os olhos fixos naquela tela de menos de 6 polegadas, ainda que esteja no bar, em uma mesa cheia de amigos e chope gelado, mesmo que a conversa esteja animada… aí vão nove dicas para você diminuir o seu tempo online e, no particular, o uso dos smartphones:
1. Determine uma hora limite para manter o celular ligado à noite
Por exemplo: desligue o telefone sempre entre as 23h e a hora de acordar. Assim, você estabelece uma rotina para garantir algumas horas offline todos os dias. Com isso, entre outros benefícios, você melhora a qualidade do seu sono. Segundo os estudiosos, o brilho da tela tem a mesma tonalidade azul do sol nascente. Isso faz com que o cérebro entenda que é hora de parar de liberar melatonina (hormônio que ajuda o sono).
2. Crie momentos de liberdade e regras de conexão
Agende horários de desconexão. Por exemplo, evite levar o celular quando for praticar esportes. Também, aproveite o caminho de casa até o trabalho para ler um livro de papel. Outra estratégia é, durante feriados e fins de semana, evitar a utilização, tanto quanto possível, dos aplicativos que possam lhe causar estresse e ansiedade.
Adicionalmente, você pode estabelecer uma rotina de horários para usar e-mail, whatsapp e redes sociais. Combine essa regra com colegas, chefes, clientes para que saibam em quais momentos você estará disponível. Além do que, podem ser programadas respostas automáticas com os horários em que você irá responder às solicitações. Conheço diversas pessoas que já adotam práticas como essas.
3. Ignore o smartphone quando estiver com outras pessoas
Essa é uma verdadeira declaração de amor hoje: deixar o aparelho longe do alcance dos olhos, para prestar mais atenção na conversa do que na tela. Trata-se de atitude (singela) de “desconexão” que faz muita diferença nas relações interpessoais. Acima de tudo, demonstra educação, consideração e respeito para com o outro. Vale esse auto policiamento!
4. Evite comer em frente ao computador ou levar o smartphone para a mesa de jantar
Nutricionistas alertam que você come mais e pior quando não se concentra no alimento. Use esse tempo para conversar ou refletir. Dê o exemplo em casa, como convite para que os familiares façam o mesmo.
5. Bloqueie as notificações
Vale para aplicativos que não são fundamentais na sua rotina, como algumas redes sociais. Assim, você evita aquela distração com o celular piscando ou a tela inundada de alertas.
6. Estabeleça horários e um limite de tempo para navegar
Vale para redes sociais e sites de notícias. Se o objetivo é estar atualizado, uma sugestão seria, por exemplo: 30 minutos durante a manhã, mais 30 minutos depois do almoço e mais 30 minutos à noite.
7. Ignore as notificações na tela do smartphone, mesmo que se acumulem
Não é porque você recebeu um e-mail ou alguém comentou em uma foto sua no Facebook que precisa responder imediatamente. Relaxe.
8. Mantenha o telefone no silencioso durante o trabalho
Assim, você não se distrai com os sons das notificações nem atrapalha a atenção dos colegas ao redor.
9. Envolva as pessoas próximas
Como as pessoas hoje estão conectadas, com raras exceções, convide quem está perto de você para praticar a desconexão. Quando possível, vale manter o celular guardado, longe dos olhos. Pode ser aplicável, por exemplo, em almoço/jantar com amigos ou até mesmo de negócios. Nos fins de semana, faça programas com a família que não exijam internet, propiciando, ao máximo, momentos de desintoxicação digital.
O recado final
O pano de fundo para todo esse argumento é a atenção. O mundo online captura, naturalmente, a nossa tão preciosa atenção. É uma concorrência que precisa ser mitigada!
Portanto, vivenciar, dar efetivo significado às pessoas e as coisas, ou seja, viver integralmente e concentrar no que interessa, requer que a pessoa esteja no aqui e agora, no comando da sua jornada. Essa é a essência do bem viver, da plenitude e de uma caminhada que vale a pena. Convenhamos, esse vivenciar de protagonista requer conexões e desconexões, de maneira que, no equilíbrio, tenhamos capacidade de dar foco para o essencial. Somente encontrando tempo para estar conosco, para fazer o que realmente importa, conseguiremos evoluir verdadeiramente, num acumular de marcos e marcas pelo caminho.
Assim, estaremos cada vez mais aptos a ouvir o inaudível, a enxergar o invisível, a valorizar o essencial, pois como disse Antoine de Saint-Exupéry, em seu marcante livro O pequeno príncipe, … “só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.”
Adaptado das seguintes fontes: 7 passos para um detox digital (https://super.abril.com.br/comportamento/7-passos-para-um-detox-digital/) e DETOX DIGITAL (Revista VOCÊ S/A – Outubro de 2018 – Pg. 31).