Crédito de imagem: Cultura Alternativa
Isolamento pessoal, estresse e outros adoecimentos, associados à falta de foco, de criatividade e a baixos níveis de produtividade são algumas consequências da dependência excessiva dos smartphones!
Volto a dar ênfase para a alta dependência – e suas inúmeras consequências – dos dispositivos eletrônicos (em especial dos smartphones), constatação mais do que evidente nos dias atuais, que afeta significativa parcela da população Esse assunto tem sido objeto de frequentes postagens por aqui, a exemplo da última delas, com alerta feito pelo médico e escritor Augusto Cury: https://obemviver.blog.br/2018/10/25/e-intoleravel-o-que-estou-fazendo-comigo-alerta-do-dr-augusto-cury/.
Desde logo, é preciso deixar claro que a tecnologia está aí, é um avanço da e para a humanidade (traz desenvolvimento das ciências, avança/moderniza a medicina, a agricultura, a indústria, dissemina conhecimento sobre tudo, de forma ampla e veloz…) Portanto, não se pode pensar em voltar atrás. O que se cuida agora é de alertar para os excessos, o mau uso, de maneira que, conscientes, as pessoas e organizações estabeleçam bom equilíbrio e adotem mecanismos mitigadores para não haver elevação dos riscos e adoecimentos em geral, até porque a tentação é grande e o deslumbramento com tanta informação e recurso tecnológico disponíveis acontece naturalmente!
Bem, o problema (excesso de conexão e uso da tecnologia) já preocupa estudiosos e autoridades, sendo reconhecido de forma crescente como fator de prejuízo para a saúde integral do indivíduo e, por consequência, para a sua capacidade de manter foco e de produzir.
Com o intuito de reforçar e, mais objetivamente, de ampliar o nível de consciência geral a respeito dessa já denominada “intoxicação digital”, preparei este texto a partir de diversos aspectos, bastante interessantes, trazidos na excelente matéria de capa ‘O CELULAR NO CONTROLE’, da revista VOCÊ S/A, do último mês de outubro.
Algumas constatações mais evidentes:
As pessoas estão adoecendo por causa do excesso de conectividade e se tornando dependentes da tecnologia. Por se tratar de algo maravilhoso, trazido pela modernidade que não para de chegar, “o ser humano ainda se encontra deslumbrado com tudo o que a tecnologia pode fazer”. Tais afirmações se baseiam em pesquisas recentes, realizadas pelo mundo, incluindo o Brasil;
De acordo com levantamento feito pela Motorola, em parceria com Nancy Etcoff, da Universidade Harvard, 41,5% dos brasileiros estão viciados em seus telefones;
A esse respeito, pode ser recomendável saber como está o seu nível de dependência. Faça o teste, desenvolvido pelo Instituto Delete, acessando este endereço: bit.ly/teste_celular;
Mais ainda, segundo a revista Time, 68% das pessoas pegam o celular assim que abrem os olhos. Enquanto isso, pesquisa da consultoria Deloitte, feita com brasileiros, em 2017, aponta que 33% delas veem notificações de mídias sociais durante a madrugada;
Vários estudos vêm demonstrando que excesso de tempo online propicia doenças como ansiedade, depressão, estresse, déficit de atenção e até transtorno obsessivo compulsivo;
Em outro estudo, da Universidade de Seul, conclui-se que tal dependência leva à inibição de neurônios, resultando em nervosismo, insônia e falta de foco;
“Ao mesmo tempo que estamos ocupados, também nos sentimos ineficientes. Estamos conectados, mas somos solitários. A tecnologia que nos dá liberdade também funciona como uma prisão – quanto mais ficamos presos, nos perguntamos com mais frequência quem está realmente no controle. O resultado é uma tensão paralisante.” (Catherine Price, no seu livro Celular: Como Dar um Tempo);
O problema é que esses dispositivos são mais perigosos do que os PCs simplesmente porque não ficam presos a uma mesa. Estão conosco, podemos fazer qualquer coisa com eles, pois existem aplicativos para tudo, e isso os torna ainda mais viciantes;
Ainda nesse contexto dos inconvenientes (perigos), está a dispersão de foco, propiciado pelas diversas áreas de interesse e atenção simultâneas via celular, levando a pessoa a se desdobrar e querer ser multitarefa. Conforme pesquisa da Universidade Stanford, esse estilo leva a prejuízo para a execução das atividades. De acordo com o estudo, “os multitarefas digitais não conseguem nem estruturar informações nem ignorar o que é irrelevante.”
O que fazer?
Também para isso é preciso haver educação. No caso, educação digital! Para se policiar, podem ser adotadas diversas atitudes pessoais, que foram sugeridas ao longo da referida matéria da VOCÊ S/A, a exemplo de:
Deixar os gráficos dos smartphones em cinza até a desconexão mais profunda;
Sair de grupos de família no WhatsApp;
Reduzir a quantidade de interações em redes sociais;
Diminuir o número de pessoas/canais que segue…
De certa maneira, algumas empresas começam a adotar iniciativas para reduzir o uso tão intensivo da tecnologia pelos seus funcionários. Alguns exemplos:
Não permitir o uso de celular durante as reuniões (os aparelhos são depositados em determinado local, fora da sala);
Por medida de segurança, não olhar o celular quando se está em movimento (regra que já seria adotada na GM);
Negociação (que pode envolver até os sindicatos) para a proibição do manuseio de celulares em determinadas áreas, horários, circunstâncias etc.
Responsabilidade social e ética com o uso da tecnologia
Nessa esteira de conscientização, já existem entidades associativas nos Estados Unidos, como a Center for Humane Technology, que prega o uso ético da tecnologia, assim como a Trilium Asset Management, que incentiva investimentos com responsabilidade social e ética. De acordo com a matéria em destaque, referidas entidades vêm pressionando as companhias de TI para diminuir o impacto negativo que esse uso pode acarretar para as pessoas.
Segundo informado, as gigantes Motorola, Samsung, Apple, Google e Facebook, entre outras empresas, estariam adotando ações/inovações com esse propósito, a exemplo de:
Vídeos para incentivar o uso consciente de tecnologia e a conexão com a vida fora das telas;
Função “não perturbar” em alguns aparelhos, acionada quando o usuário vira o telefone de cabeça para baixo;
Aplicativos para deixar o celular em modo offline durante o período desejado pelo usuário, com envio de respostas automáticas para quem entrar em contato;
Desenvolvimento de um painel de controle para Android, pelo Google, para ajudar o usuário a saber quanto tempo está gastando com o dispositivo, além do APP Timer, que permite definir limites de tempo em aplicativos;
Recente lançamento, pelo Facebook, da ferramenta Gerenciamento de Tempo, válida para o Face e o Instagram, que inclusive disponibilizaria um painel de atividades, com lembrete diário etc.
A Apple, por seu turno, já teria lançado recursos para que os pais regulem a utilização dos aparelhos pelos filhos. Permitiria bloquear aplicativos, compras, conversas… Para os adultos, também desenvolveu o modo “não perturbe”, o controle de uso do dispositivo, entre outras inovações de ajuda.
Amanhã, farei conclusão desta abordagem, com um conjunto de medidas recomendadas (dicas) para a educação e o “detox” digitais. Espero que isso tudo lhe seja útil!
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