Desistir da vida leva mais rápido e facilmente à morte, não resta dúvida, por questão de lógica, por tudo o que observamos, ouvimos falar etc. E não poderia ser diferente. Sabemos que o ânimo e a automotivação geram força vital!
Vale recordar que, segundo o Dr. Viktor E. Frankl, em seu famoso livro ‘Em Busca de Sentido’, algumas vezes referido aqui no blog, as pessoas que sobreviveram ao terror do campo de concentração nazista demonstravam ter claro propósito para além daquele lugar, ter algo significativo para realizar lá fora. Esse era o principal traço de quem superou e de quem pereceu.
Bem, por falar nisso, você já ouviu falar de morte psicogênica? Mais ainda, sabia que ela pode acontece em estágios?
Esse é o tema da abordagem de hoje, que você confere no excelente artigo, abaixo transcrito, publicado no portal eletrônico da revista GALILEU, com base em recente estudo científico sobre a desistência da vida (não se fala aqui de suicídio) e, também, sobre os estágios da referida perda de motivação, como subsídio para que essas etapas possam ser identificadas a tempo. Gostei das informações!
Leia:
“Desistir da vida pode levar à morte, afirma estudo
Pela primeira vez foram descritos os marcadores clínicos que levam à morte psicogênica, como é chamada. Aprenda a reconhecer os seus cinco estágios

Se nas prisões o cigarro é valioso, nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra eram questão de vida ou morte. Eles podiam ser trocados por coisas importantes, como a comida, e acender um indicava que o fim estava próximo.
“Quando um prisioneiro pega um cigarro e acende, seus companheiros de acampamento sabem que a pessoa realmente desistiu, perdeu a fé em sua habilidade para continuar e logo estaria morto.”
Quem conta é o pesquisador sênior da Universidade de Portsmouth, dr. John Leach, que acaba de publicar um estudo que, pela primeira vez, descreve os marcadores clínicos de quem vai a óbito simplesmente por desistir, conhecido como morte psicogênica.
“Não é suicídio, não está ligada à depressão, mas o ato de desistir da vida e morrer normalmente em poucos dias é uma condição muito real, muitas vezes ligada a traumas graves”, afirmou.
Ele sugere que a desistência pode se originar por uma mudança em um circuito frontal-subcortical do cérebro, mais precisamente o cingulado anterior, responsável pela motivação e por dar início a comportamentos direcionados por objetivos.
”O trauma grave pode desencadear o mau funcionamento do circuito cingulado de algumas pessoas. A motivação é essencial para lidar com a vida e, se isso falhar, a apatia é quase inevitável”, disse Leach.
A condição, porém, não é definitiva. O processo de desistência é dividido em cinco estágios, e com diferentes intervenções em cada um deles é possível revertê-lo. “Reverter o declínio em direção à morte tende a acontecer quando um sobrevivente encontra ou recupera um senso de escolha, de ter algum controle”, revelou. “Tende a ser acompanhado por essa pessoa lambendo suas feridas e renovando o interesse pela vida.”
O dr. John Leach listou os cinco estágios da renúncia. Aprenda a reconhecê-los:
1. Retirada social – geralmente após um trauma psicológico
As pessoas nesta fase podem mostrar uma retirada acentuada, falta de emoção, indiferença e se tornam auto-absorvidas. Prisioneiros de guerra têm sido freqüentemente descritos neste estado inicial, tendo se retirado da vida, vegetando ou tornando-se passivos.
Pode ser uma maneira de lidar, de se afastar de qualquer envolvimento emocional externo para permitir um realinhamento interno da estabilidade emocional, por exemplo, mas se não for controlada, pode progredir.
2. Apatia – uma “morte” emocional ou simbólica
É uma melancolia desmoralizante, diferente da raiva, da tristeza ou da frustração. Também foi descrito como alguém que não está mais se esforçando para se preservar. As pessoas nesta fase são muitas vezes desgrenhadas, o instinto de limpeza desapareceu.
3. Aboulia – uma grave falta de motivação associada a uma resposta emocional abafada, falta de iniciativa e incapacidade de tomar decisões
É improvável que as pessoas nesta fase falem, frequentemente desistam de lavar ou comer e se afastem mais e mais profundamente em si mesmas. Nesse estágio, a pessoa perdeu a motivação intrínseca – a habilidade ou o desejo de começar a agir para se ajudar -, mas ela ainda pode ser motivada pelos outros, através de educação persuasiva, raciocínio, antagonismo e até mesmo agressão física.
Uma vez que os motivadores externos são removidos, a pessoa retorna à inércia. As pessoas que se recuperaram descrevem-na como tendo uma mente como mingau ou sem ter qualquer tipo de pensamento.
4. Acinesia psíquica – mais uma queda na motivação
A pessoa está consciente, mas em estado de profunda apatia e inconsciente ou até mesmo insensível a dores extremas. A falta de resposta à dor é descrita em um estudo de caso em que uma jovem, diagnosticada posteriormente com acinesia psíquica, sofreu queimaduras de segundo grau ao visitar a praia, porque não se afastou do calor do sol.
5. Morte psicogênica – estágio final como a desintegração de uma pessoa
É quando alguém desiste. O progresso do estágio quatro até o cinco, a morte psicogênica, geralmente leva de três a quatro dias e pouco antes da morte, muitas vezes há um falso amanhecer – um lampejo de vida, por exemplo , quando alguém repentinamente goza de um cigarro.
Parece brevemente que o estágio de ‘mente vazia’ passou e foi substituído pelo que poderia ser descrito como comportamento direcionado por objetivos. Mas o paradoxo é que, enquanto um lampejo de comportamento dirigido por metas geralmente acontece, o objetivo em si parece ter se tornado um abandono da vida. “
Apesar de todos sabermos que este desistir é real e existe, este artigo é importante para o seu entendimento, processo e etapas. Hoje já aprendi alguma coisa!
Eu também, Dulce. Perder o ânimo é perder tudo!!!
Abraço. Grato!
Indigna-se por boas causas….bom remédio contra o desânimo.
Claro é uma estratégia, Sérgio. A grande questão é o “querer” (ter atitude)!
Eu estou com +ou- com as três fazes, completamente da 1ª, um pouco da 2ª e aparentemente triscando na 3ª (ou tenho de pressão, sei lá)
1. Retirada social – geralmente após um trauma psicológico:
Eu fiz uma retirada gradual até quase completamente, falta de emoção (meu parente morreu e só chorei porque não chorei com a morte dele), indiferença e se tornam auto-absorvidas.
Retirei da vida social, vegetando na solitude e passivos (difícil de fazer coisas simples tipo ir trabalhar na hora, lavar copo, tomar banho ou colocar roupas para lavar).
Me afastei de qualquer envolvimento emocional externo (exceto meus pais e mesmo assim falhando com eles), e não é para permitir um realinhamento interno da estabilidade emocional.
2. Apatia – uma “morte” emocional ou simbólica:
“Não está mais se esforçando para se preservar. As pessoas nesta fase são muitas vezes desgrenhadas, o instinto de limpeza desapareceu”. Meio que isso, dentes estragando sem tempo para tratá-los e preguiça de tomar banho, até esqueço de fazer a barba. Difícil de sair do sofá, fico assistindo vídeos aleatórios do YouTube.
3. Aboulia – uma grave falta de motivação associada a uma resposta emocional abafada, falta de iniciativa e incapacidade de tomar decisões:
Só dificuldade de agir para me ajudar mesmo, aparentemente não muito a ver com essa fase.
Ok, o seu comentário está registrado. Agradeço a presença no blog!
Apenas diria que esses assuntos, relativos a questões psicológicas motivadas por impacto emocional, que resultam em alteração no funcionamento de partes ou mecanismos cerebrais, são complexos e, portanto, requerem a ajuda de profissionais especializados. Faço votos que você supere logo essa fase e que entre, plenamente, na sintonia do bem viver! Abraço fraterno