Voltando, nesta terça-feira, a falar de assuntos que tocam mais diretamente ao ambiente corporativo, reproduzo artigo bem interessante, que trata de tema por demais pertinente para os tempos atuais, de autoria do consultor (e amigo) José Augusto Varanda, publicado em sua página no Facebook Ética e Organizações, no último dia 10.
O autor, um notório especialista nessa área, vem trazendo importante contribuição, com a produção e divulgação dos seus textos, no sentido de informar e de despertar consciências a respeito da cultura da ética e da boa reputação nos ambientes organizacionais. A par do que sabemos, pelos noticiários, sobre condutas reprováveis nesse campo, resta evidente que precisamos repercutir e amplificar pensamentos e textos como esses.
Portanto, recomendo a leitura. E se concordar com o argumento, compartilhe. No meu entender, o país precisa desse tipo de abordagem com a necessária intensidade, e que ela ganhe apoiadores, de fato, a cada dia!!!
Confira:
Ética e Reputação
Todos nós sabemos o quão difícil é construir uma boa reputação, um processo contínuo, que exige muito trabalho e dedicação. A reputação, gerada a partir de concepções pessoais e sociais, é a forma como a organização é percebida pelo seu público como crível, merecedora ou não de confiança e, por isso, tem influência direta na capacidade da empresa de se manter sustentável e segura ao longo do tempo.
Algumas pesquisas recentes apontaram que:
• O valor de mercado de uma empresa com boa reputação é 5,5% maior do que o de outra com menos prestígio;
• A reputação pode contribuir com até 7,5% no faturamento anual de uma empresa;
• Cerca de 30% do valor de mercado das 100 melhores empresas na Bolsa de Londres são lastreados pela reputação;
• 85% dos consumidores afirmam aceitar pagar mais por produtos e serviços de uma empresa que tem reputação superior.
Com a velocidade de propagação das informações pelas chamadas ‘redes sociais’ estamos vivendo uma época em que a importância da reputação passou a ser ainda maior. Devido à proliferação das ‘fake news’ nessas redes, a informação tem mais valor quando proveniente de fonte confiável.
De acordo com instituição especializada no estudo do assunto, o Reputation Institute, os sete vetores da reputação são:
• Produtos e Serviços;
• Inovação;
• Ambiente de Trabalho;
• Governança;
• Cidadania;
• Liderança; e
• Desempenho Financeiro.
Portanto, vemos que quatro dos sete fatores que contribuem para influenciar a percepção da opinião pública, com relação à imagem de uma organização, são questões nem sempre bem trabalhadas internamente e que precisam ser priorizadas e fortalecidas: Clima Organizacional, Governança, Cidadania e Liderança.
O compliance, se bem sustentado por uma cultura ética efetiva, refletirá diretamente na atuação das empresas, assegurando a transparência e legitimidade das suas operações, o cumprimento da legislação em vigor, a conformidade com políticas globais, sustentando as práticas de governança corporativa, moldando o clima organizacional, criando as condições essenciais para o exercício da cidadania e construindo uma posição de liderança entre as empresas que atuam no mesmo segmento.
A existência de uma sólida cultura ética atesta que a implementação de um Programa de Integridade foi bem-sucedida e que a empresa estará construindo e assegurando a sua boa reputação.
É preciso entender que a cultura de uma organização é moldada por todos, um processo dinâmico em que cada colaborador deve se sentir protagonista e responsável ao mesmo tempo. Com isso em mente, cabe à alta administração assumir a responsabilidade e o comprometimento com a nova cultura que está sendo disseminada na empresa, a qual não deve ser vista como uma mudança de rumo ou de princípios, na verdade, trata-se de uma transformação comportamental.
Assim, com o respaldo da alta administração e dos gestores, o desafio será conquistar e cativar os colaboradores, transmitindo a nova cultura de maneira clara, na linguagem e formato adequados à boa compreensão e assimilação por todos.
Nada adianta, porém, sustentar uma cultura ética ‘de fachada’, alardear e não praticar, pois não basta Parecer Ético, é preciso Ser Ético. Lembrando as palavras do filósofo e mestre Mario Sergio Cortella, “A ética não é cosmética”.
