Para começar a semana, quero repercutir o excelente artigo “Generalista ou especialista? Kubrick parece ter a resposta”, de Rodrigo Costa, publicado dias atrás no LinkedIn.
Com a sua convincente argumentação, para o que recorreu a resultados de pesquisas e, melhor ainda, à análise do estilo de atuação do premiado cineasta norte-americano Stanley Kubrick (1928 – 1999), o autor aborda a questão sempre presente no mundo do RH (recursos humanos), que ganha relevância nos momentos de seleção/contratação para postos de maior destaque: especialista ou generalista?
No texto, pode-se inferir claramente que o profissional com domínio mais amplo de conhecimentos e habilidades, detentor de competências multifuncionais, vem ganhando crescente espaço e terá destaque ainda maior daqui para a frente, por inúmeros motivos, sobretudo pela realidade dos ambientes cada vez mais tecnológicos e integrados, ou seja, de configuração sistêmica que privilegia a complementaridade em todos os níveis (“top-down”).
É claro que a precisão de especialistas é ainda essencial em muitas áreas de atuação, notadamente em atividades técnicas que não toleram falhas de execução (os cirurgiões são um bom exemplo). Acontece que, em tempos de expansão dos recursos tecnológicos, com a adoção da chamada inteligência artificial se intensificando, é bom que as mentes se abram para a busca de competências mais diversificadas. E isso é relevante para o planejamento da carreira de cada profissional.
Adicionalmente, em se tratando de atividades gerenciais e executivas, que requeiram real interação, como é o caso de conduzir projetos, processos e, claro, pessoas, cuja demanda por decisões as mais diversas está presente no dia a dia, a multifuncionalidade pede passagem. Diante disso, cabe ao generalista demonstrar, mais do que tudo, o seu zelo e a sua efetiva capacidade de foco nos objetivos e nos resultados que se buscam alcançar!
Confira o artigo:
Generalista ou especialista? Kubrick parece ter a resposta.
(Rodrigo Costa)
Se estivesse vivo, Stanley Kubrick completaria 90 anos no dia 26 de julho. Muito já se falou sobre este gênio do cinema e seu legado mas, talvez, poucos tenham feito paralelo entre a carreira do artista e o mercado corporativo. Em termos gerais, uma das grandes questões de recursos humanos é definir que tipo de executivo contratar: generalista ou especialista? Kubrick parece ter a resposta.
O diretor filmou apenas 13 longas-metragens, sendo que pelo menos sete de seus filmes se tornaram obras-primas reconhecidas e plenamente aceitas no meio artístico. Outras películas, no todo ou em parte, também se destacaram como pérolas cinematográficas. O mais instigante, de fato, é a variação de gênero que o cineasta vivenciou na profissão. Em Dr. Fantástico, fez comédia de humor negro. Spartacus, épico. 2001, expandiu o alcance da ficção. Uma odisseia no espaço! Com O Iluminado, intensificou o horror psicológico. Explorou a guerra em Nascido para Matar. Refinou a história policial em O Grande Golpe. É como se um executivo de marketing percoresse segmentos tão distintos como a indústria bélica, o comércio exterior, a inteligência artificial, hotelaria, recrutamento e seleção, loterias etc. Sempre com resultados bem acima da média.
Kubrick abordou diversos gêneros do cinema assim como um executivo generalista atua em diferentes segmentos de mercado.
E não é apenas na diversidade de estilos que Kubrick foi um generalista. Nos sets de filmagens atuava em outras frentes – fotografia, roteiro, efeitos especiais, montagem e produção. Também participava da direção de arte, da cenografia e da sonorização, com controle absoluto, embora os créditos fossem associados a outros profissionais atentos à sua batuta. Estudo conduzido por pesquisadores da Columbia Business School e da Tulane University com 400 executivos confirmou a vantagem daqueles que trazem um repertório mais amplo e eclético, com experiências diversas, tendendo a assumir posições de liderança mais rapidamente. No jargão do RH, Kubrick tinha habilidades multifuncionais (cross-functional skills).
Outra pesquisa, encomendada pela Microsoft e realizada pela International Data Corporation – IDC, empresa global de inteligência de mercado e consultoria, após avaliar 76 milhões de vagas de empregos, cravou que as oportunidades mais promissoras de ascensão profissional entre 2016 e 2024 exigirão competências multifuncionais em detrimento de habilidades técnicas e específicas, mesmo em áreas como TI, direito e saúde. A consultoria ainda apontou que nas 10 principais habilidades do profissional do futuro estão a orientação para o detalhe (detail oriented). O generalista não é um “superficialista”. …
Leia o artigo na íntegra: https://www.linkedin.com/pulse/generalista-ou-especialista-kubrick-parece-ter-resposta-rodrigo-costa/?trk=eml-email_feed_ecosystem_digest_01-recommended_articles-6-Unknown&midToken=AQFJ3dl-EPlJpQ&fromEmail=fromEmail&ut=3dfK5grhu708o1