Crédito de imagem – Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional
Destaco hoje a inteligente, oportuna e educativa crônica do terapeuta e escritor Arnaldo Costa, postada anteontem no seu blog Homens Vamos Despertar, que reproduzo abaixo.
Escrita no agradável e bem-humorado estilo do autor, cujas publicações tenho acompanhado nos últimos anos, a crônica nos adverte para a excessiva dependência desse dispositivo chamado smartphone, verdadeiro computador móvel, e de pequeno volume, que também utilizamos para falar (rsrsrs).
A tirar da situação concreta retratada por Arnaldo, o texto serve, sem dúvida, como alerta para todos nós!
Confira a seguir:
“O celular deu pau na viagem… e agora ?
A tecnologia é assim, uma hora funciona e outra não!
Aconteceu comigo e quase me trouxe o caos porque esse “sinistro” se deu no meio de uma viagem internacional quando tanto as informações básicas como as importantes ou desejáveis estavam embarcadas nesse pequeno dispositivo eletrônico-midiático-digital que chamamos smartphone.
Aliás, esse aparelho tem muito mais de smart do que de phone porque raramente o usamos para falar. Deveríamos até bolar um outro nome para ele urgentemente, tipo Módulo de sobrevivência, Meu tudo, Segundo eu, Minha vida, Grande chefe…
Dá para imaginar alguém a 10 mil km de casa com todas as informações de hotéis, vôos, datas e horários dos eventos, nomes e endereços dos hotéis, links dos ingressos em museus, etc. aquartelados numa engenhoca que teima não abrir ?
E claro, sem acesso aos aplicativos como o Whatsapp, o Uber e o Google Maps, que costumam facilitar enormemente a nossa vida em qualquer lugar.
Ah, mas vocês podem argumentar que eu poderia comprar outro celular, acessar a nuvem ou a minha conta de email. Ou mesmo dar um jeito de contatar o agente de viagens no Brasil.
Lembrem-se porém que quando a Lei de Murphy é aplicada ela vem com vontade, tipo arrasa quarteirão (“tudo o que puder dar errado, vai dar”).
E foi o caso, pois os acessos que tentei aos e-mails por outras vias foram filtrados pelos protocolos de segurança dos meus endereços eletrônicos. Resultado: as senhas para conexão eram tentativamente enviadas para o meu celular lá cadastrado, que estava literalmente fora de combate, mudo, cego, surdo. Ou para endereços de e-mails alternativos dos quais eu havia esquecido as respectivas senhas.
Bem, comprar outro celular num país com frequência de mega-hertz diferente do Brasil seria jogar dinheiro fora e não resolveria todos os problemas.
Para piorar, eu também havia feito todo o planejamento da viagem sem agentes ou quaisquer testemunhas!
E seguindo ainda a malfadada Lei de Murphy – que espero não venha a ser piorada no futuro por alguma interpretação da segunda turma do nosso judiciário superior – eu desta vez de forma inocente e displicente não havia tirado cópia em papel de todos os vouchers e demais dados da viagem. Pronto! Um erro que espero tenha sido a primeira e a última vez que tenha cometido.
Depois de um sufoco infernal, consegui com a ajuda de amigos e um pouco de minha memória (a minha mesma, não a do celular, claro) me acomodar à nova situação de sobrevivente à vida não-digital.
Aliás a vida que nós seres humanos sempre tivemos em 99,9% de nosso tempo aqui na Terra.
Assim, além das lições aprendidas, várias coisas boas aconteceram como :
– dei um descanso nas mensagens e vídeos do Whatsapp e não morri;
– passei menos tempo no trono do banheiro ao não ficar fuçando no celular; e
– consegui usufruir dos passeios sem me preocupar com selfies e imagens para o Instagran ou Face.
E fiquei a imaginar que Marco Polo — o primeiro mega viajante deste planeta com uma vida cheia de aventuras e emoções — certamente nunca pensou que no futuro ficaríamos tão dependentes de uma pequena engenhoca para fazer muito menos que ele.
Coisas da modernidade! “
O Blog do nosso amigo e colega Arnaldo Costa contou uma historinha semelhante a que vivi. a diferença é que fui assaltada por um meliante que levou justamente o meu celular. É terrível, porque nem o email a gente consegue acessar, porque o código de acesso em uma lan house é enviado para o celular. Tudo está no celular!!! Aí o jeito foi ligar para um número memorizado da família, avisar que eu ainda estava viva e incomunicável. Fala sério!!! Ficar sem celular em local distante é terrível. Não tem graça nenhuma.
Bom acréscimo, Sandra. Obrigado!!!