Já comentei aqui algumas vezes sobre a importância de estarmos atentos às mensagens maliciosas, que podem nos causar algum prejuízo mais direto e, também, a respeito de notícias falsas, ou modificadas/adulteradas, que veem ganhando crescente vulto pelos meios de comunicação, principalmente pela internet e, assim, merecendo compartilhamentos para tudo que é lado.
Como precisamos nos informar e conhecer melhor o fenômeno, sobretudo para não sermos, ingenuamente, agentes alimentadores dessa onda nefasta, criminosa, que produz consequências as mais diversas e até inimagináveis, reproduzo hoje matéria interessante, recém publicada no site da revista GALILEU, desvendando “o porquê” e “o como” as notícias falsas proliferam, com base em pesquisas realizadas para esse fim.
O que podemos fazer, pelo menos, é aumentar a nossa atenção e elevar o nosso filtro de leitura e compartilhamento. A realidade das “fake news” está aí, com o detalhe de que trazem sempre títulos intencionalmente atraentes, conforme mostra a matéria. Fiquemos de olho!
Leia a seguir:
“Notícias falsas são 70% mais compartilhadas do que as verdadeiras
De acordo com pesquisa, os robôs não têm nada com isso. A culpa é do ser humano e nosso gosto por novidades (mesmo que inventadas)

Um tweet da agência de notícias norte-americana Associated Press, em 2013, divulgou a notícia que o então presidente Barack Obama havia ficado ferido em uma explosão. Rápido a notícia se espalhou. De nada adiantou a agência afirmar que a conta havia sido hackeada: apesar da notícia não aparecer em mais nenhum lugar, em minutos US$ 130 bilhões sumiram das bolsas de valores do país.
O poder das notícias falsas é grande, mas a essa altura não é novidade para ninguém. Foi utilizado sistematicamente inclusive para ajudar a eleger o presidente Donald Trump, em 2016. “Definir o que é verdadeiro ou falso se tornou uma estratégica política comum, substituindo debates baseados em fatos mutuamente acordados”, afirma um estudo feito por pesquisadores do MIT publicado na revista Science.
Eles perceberam que os estudos atuais sobre as famigeradas notícias falsas (ou “fake news”) se limitam a analisar rumores únicos com o objetivo de aprimorar sistemas de detecção de mentiras para reduzir a sua propagação. Nenhuma pesquisa, no entanto, havia se dedicado a entender a diferença da dispersão entre notícias falsas e verdadeiras.
Para isso, pegaram a base de dados de seis sites de checagem de fatos, selecionando as informações com pelo menos 95% de concordância entre eles sobre a veracidade ou não de determinada notícia. Acabaram com 126 mil rumores, espalhados por 3 milhões de usuários mais de 4,5 milhões de vezes.
“As notícias falsas se difundiram de maneira significamente mais rápida, profunda e ampla do que os fatos verdadeiros”, concluíram. Enquanto as fake news mais influentes atingiram de mil a 100 mil pessoas, as verdadeiras raramente foram difundidas para mais que mil pessoas. A verdade, por sua vez, leva seis vezes mais tempo para atingir um grupo de 1,5 mil pessoas.
Quando a notícia falsa se trata de política, a dispersão é ainda mais intensa. Elas atingem 20 mil pessoas quase três vezes mais rápido que os outros tipos de notícias falsas atingem 10 mil. Quando estimaram a probabilidade de uma notícia ser compartilhada, viram que as falsas têm 70% mais chances de serem compartilhadas que as falsas.
Você deve estar pensando que isso é culpa dos “bots”, robôs que se passam por humanos para dispersar notícias, quase sempre falsas, de forma automática. Porém, quando colocaram um algoritmo para filtrar notícias originadas por robôs ou retweets de robôs, encontraram os mesmos resultados.
A explicação, segundo os pesquisadores pode ser bem simples: novidades atraem a atenção humana. Elas contribuem para a tomada de decisão e encorajam o compartilhamento de informações porque a novidade atualiza o entendimento do mundo.
Eles testaram essa hipótese, na tentativa de definir se as notícias falsas tinham um senso maior de “novidade” do que as verdadeiras. Para isso, selecionaram cinco mil usuários do Twitter que haviam postado informações falsas ou verdadeiras e extraíram 25 mil tweets aleatórios ao quais foram expostos 60 dias antes.
Depois, colocaram um computador para mensurar quão novas eram as informações a partir comparação das palavras que aparecem nas postagem com as informações que haviam sido expostas. Descobriram que as notícias faltas continham mais novidade. Afinal, eram novidades inventadas.
Quando categorizam as hashtags de 32 mil tweets por sentimentos, como raiva, medo, confiança ou alegria, perceberam que as notícias falsas estavam mais ligadas à surpresa, confirmando a hipótese da novidade, e desgosto. Já a verdade estava ligada a tristeza, antecipação, alegria e confiança.
“Notícias falsas podem levar à má alocação de recursos durante ataques terroristas ou desastres naturais, o desalinhamento de investimentos nos negócios e eleições mal-informadas”, defende os pesquisadores. Elas se dispersam de forma mais perversa que a verdade no meio online. “O comportamento humano contribui mais para a diferença na dispersão das notícias verdadeiras e falsas que qualquer robô”, conclui. “
As consequências podem ser terríveis. Temos que ter muito cuidado mesmo. Bem lembrado. Passo à frente.
As consequências podem ser terríveis. Temos que ter muito cuidado mesmo. Bem lembrado. Passo à frente.
Valeu, Sandra. Vamos cumprindo esse papel esclarecedor!
Na minha opinião FACEBOOK, é o maior criador e propagador de noticias falsas e correntes desnecessárias. E o pior de tudo que muitas pessoas sabem, mas o fazem.
Gostei do artigo!
Obrigado, Deby, pela presença, comentário e opinião!
É importante que esse tema chegue ao maior número de pessoas. E nós, da “blogosfera”, temos papel significativo nesse processo de esclarecimento e conscientização. Vamos nessa!
Abraço.
A natureza humana tem tanto de belo como de estranho. Mas todos os dias vemos, para além dessa atracção pela novidade, uma sede pelo dramático, pelo que atrai a “cuscice”, pelo “sangue”, no sentido abrangente que este termo pode ter. Tudo isto funciona como um alimento para a fome emocional de muitos. E são os próprios meios de comunicação e redes sociais que incentivam esta atitude e o aparecimento deste “alimento”………….dá audiências e isso é que interessa!!
Muito curioso esse estudo…apesar do resultado já não nos espantar!
Muito pertinente o seu comentário, Dulce. Sempre trazendo pontos de vista valiosos. Obrigado!!!
Pingback: Notícias falsas são 70% mais compartilhadas do que as verdadeiras – Fique de olho! – A luz de bons preceitos humanos, refletirá um estado de equilíbrio harmônico com tudo que vemos e com o que não vemos .Apenas sentimos.
Excelente matéria! Estava pensando em escrever um texto sobre fake news e jornalistas que divulgam notícias sem fazer questão da veracidade da fonte (a onda do jornalismo-preguiça tem crescido), e esse seu artigo ilustra bem o que pretendo falar. Peço, também, autorização para citá-lo no meu blog. Em breve.
Esteja à vontade, Elaine. Ficarei honrado. Dessa forma, vamos nos fortalecendo nessa corrente dos bons propósitos, do informar e opinar com conteúdo e, sobretudo, com seriedade!
Abraço.
Pingback: Fuja da “fake news” – e-Redigindo