Imagem: Bíblia Ensina
Volto a falar sobre o ciclo nascimento-morte, hoje com um olhar mais específico sobre o fim desse ciclo de vida terrena, o momento da partida, ou melhor, sobre a necessidade de que aceitemos, numa boa, o último ato, que chamamos de morte. Transmutar de medo para compreensão e aceitação da morte é sabedoria que devemos incorporar. A esse pretexto, vejam que visões interessantes!
No capítulo A QUESTÃO DA MORTALIDADE, no livro algumas vezes referido aqui: CORPO SEM IDADE, MENTE SEM FRONTEIRAS, Deepak Chopra faz preciosa abordagem que ele chama de “Vencendo a ilusão da morte”. Vou destacar dois trechos, para servir de ilustração:
“…Quando jovem, sofrendo de uma enfermidade grave e de uma profunda depressão, Einstein escreveu para um amigo íntimo: ‘sinto-me tão integrado à vida que não estou nem um pouco preocupado com o princípio ou fim da existência concreta de qualquer pessoa nesta corrente interminável.’ “
“…Na realidade, a morte não é a força todo-poderosa que o nosso medo diz que é. Na natureza, a morte faz parte do ciclo maior do nascimento e da renovação. As sementes deste ano brotam, crescem, florescem e geram as sementes do ano que vem. O ciclo da interminável renovação não se situa além da morte – ele incorpora a morte, usando-a para um objetivo maior. O mesmo é verdade dentro dos nossos corpos. Muitas células envelhecem e morrem como resultado de uma escolha, e não porque tenham sido forçadas a se extinguir por uma macabra entidade armada de uma foice.”
Agora, confiram esta excelente crônica, do escritor e amigo Arnaldo Costa, publicada ontem em seu blog, tratando do tema com abordagem ponderada, leve, bem-humorada e de certa forma até mesmo esclarecedora, no que respeita a algumas decisões que podem ser tomadas com a necessária antecipação. Leiam a reprodução do texto, a seguir:
“Eu, morrer? Sou contra, mas…
Primeiro de tudo, aceitando que a vida tem um nascer-viver-morrer constante.
Não só pelo transcurso das fases temporais da infância, adolescência, juventude até atingir a vida adulta e a velhice, cada uma delas com sinais claros de nascimento, vida e morte, mas também pelas separações, mortes de pessoas queridas, mudanças de endereço, de cidades, de empregos, etc.
Tudo isso coroado de apegos, dores, alegrias, desafios e oportunidades. Começo, Meio e Fim!
Até aqui, nenhuma novidade, todos sabemos disso. Mas a pergunta que não quer calar é “como seria na prática aceitar a morte?”.
Não vou arriscar expressar nenhuma fórmula piegas nem obviedades.
Vou apenas manifestar que no meu caso uma palavrinha mágica sentida e reverberada em todo o meu ser fez e faz a diferença: gratidão!
Gratidão ao Big Bang, ao pequeno mamífero que evoluiu até chegar ao “homo sapiens”, à mensagem de amor deixada por Jesus Cristo, ao encontro do espermatozóide e do óvulo dos meus pais, pela vacina antipólio Sabin, etc. etc.
Como um flash de luz, para mim incognoscível, caiu a ficha espiritual: vou morrer!
Não estou com a mínima pressa, mas já não mais entoo aquele conhecido mantra: “viver como se não fosse morrer nunca e morrer como se não tivesse vivido”.
Vou morrer. E vivi!
Por isso, e para os efeitos práticos, registrei no cartório e entreguei para os meus entes queridos algumas declarações de vontade:
– não permitam prolongar desnecessariamente a minha vida caso esteja sofrendo debilitado de saúde e desenganado pelos médicos;
– após a minha passagem, doem os meus órgãos que porventura sejam úteis para transplante ou estudo acadêmico;
– que o meu corpo seja cremado e as minhas cinzas jogadas num lago;
– que ninguém sofra com o meu desaparecimento e todos saibam que vivi as dores e as delícias de uma vida plena.
Vou renascer, quem sabe? “
Será evoluçao espiritual essa consciencia plena?
Oi, Luci, creio que o caminhar com a espiritualidade ajuda muito no desenvolvimento dessa consciência!
Grato pela presença e pelo comentário!!!
Abraço.
Einstein compreendeu bem o ciclo da existência.
Eu já havia lido esse texto do Arnaldo.Costa. De fato, a morte é um tema difícil de ser tratado publicamente. Para para ser explorado é melhor imprimir um pouco de leveza nas palavras. E o Arnaldo fez isto muito bem. Aliás todo o seu livro tem essa característica. Ele brinca com as palavras e as situações para nos transmitir mensagens sérias e importantes. Recomendo a obra.
Valeu, Clóvis Dáttoli!
Obrigado pelo comentário, Sandra. O Arnaldo tem uma forma de escrever muito agradável, sutil, mesmo para temas de maior seriedade!
Abração.
Muito bom texto!
Creio ser muito importante sermos objectivos e racionais, e prepararmos-nos “atempadamente” para a morte, dada a subjectividade temporal desse momento. Sendo uma “viagem”, deve ser vista e preparada como tal. Porque ninguém melhor do que nós saberá o que é importante, o que queremos e, principalmente, o que não queremos!